Espanha derruba bolsas e admite pedido de resgate

AFP
26/09/2012 às 22:44.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:37
 (Dominique Faget/AFP)

(Dominique Faget/AFP)

MADRID - As principais bolsas europeias encerraram suas sessões desta quarta-feira (26) com fortes quedas, derrubadas pelas preocupações relacionadas à possibilidade de que a Espanha esteja cada vez mais próxima do pedido de resgate e pelas dúvidas sobre a eficácia das medidas adotadas pelos bancos centrais.
Houve quedas em Madri (-3,92%), Milão (-3,29%), Paris (-2,82%), Frankfurt (-2%) e Londres (-1,56%).

O governo espanhol mantém seu caminho em direção à redução do déficit e não descarta pedir um resgate global, apesar do contexto recessivo e do crescente descontentamento social, que levou a Catalunha a defender a independência e os ‘indignados’ a intensificarem seus protestos.

Protestos

Alguns milhares de manifestantes voltaram a se concentrar no centro de Madri, ontem, após os violentos protestos que aconteceram perto do Parlamento na terça-feira, na praça Netuno e no Passeio do Prado. Nesta quarta, contudo, os protestos eram pacíficos até o final da tarde e o trânsito na região não chegou a ser interrompido.

O executivo do conservador Mariano Rajoy apresentará amanhã seu orçamento para 2013 e um novo plano de reformas, após o qual, segundo os analistas, a Espanha poderá se decidir a apresentar a tão esperada solicitação de um resgate para sua economia.

Após se negar durante meses a falar da tal ajuda global, Rajoy surpreendeu ontem em uma entrevista ao jornal norte-americano Wall Street Journal. “Caso o custo do financiamento nos mercados se mantenha muito alto durante muito tempo (...) posso afirmar com 100% de certeza que pediria esse resgate”, disse.

Nesta quarta-feira, a taxa de juros a dez anos voltou a superar a barreira simbólica de 6%.

Madri, que já obteve uma promessa de ajuda de seus sócios europeus de até € 100 bilhões para sanear seu sistema bancário, luta por reduzir seu déficit público a 2,8% do PIB em 2014, frente ao 8,9% de 2011, e já anunciou ajustes de € 150 bilhões até essa data.

 

                             

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