Espanha perde para o Chile e dá adeus à Copa de forma melancólica

Wallace Graciano - Enviado Especial
18/06/2014 às 17:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:03
 (AFP/LLUIS GENE)

(AFP/LLUIS GENE)

O esquema tático que revolucionou o futebol nos últimos anos agora é coisa do passado. Nesta quarta-feira (18), a Espanha e seu tiki-taka não foram páreos ao combativo time chileno, que bateu a “Fúria” por 2 a 0, deixando a impressão que poderia ter saído com placar ainda mais dilatado do Maracanã. Vargas e Aránguiz fizeram os gols da vitória da "Roja".     Com esse resultado, a atual detentora do título amargou uma eliminação precoce na Copa do Mundo, ainda na segunda rodada do torneio. Sua despedida do Mundial acontecerá na próxima segunda-feira (23), quando enfrenta a Austrália, na Arena da Baixada, a partir das 13 horas.   O Chile, por sua vez, chegou aos seis pontos, se classificou antecipadamente para a segunda fase e disputará contra a Holanda o primeiro posto do Grupo B. A partida será realizada na Arena Corinthians, em São Paulo, na mesma data e horário do confronto entre espanhóis e australianos. A Laranja Mecânica terá a vantagem do empate, pois possui saldo de gols superior ao dos andinos.    Confira a galeria de fotos da partida entre Espanha e Chile:     Ao rubro   Futebol não se resume apenas às questões técnicas e físicas. Vai além. É preciso alma para jogá-lo. Espírito combativo para ultrapassar quaisquer desafios. E o duelo entre Espanha e Chile deu uma clara demonstração disso. Atual campeã Mundial, a “Fúria” chegou ao Maracanã com a obrigação da vitória. Precisava disso para evitar o vexame de ser eliminada prematuramente logo na Copa do Mundo em que defenderia seu título. Porém, era uma versão caricata (e sem cor) da equipe que encantou o planeta há quatro anos.    Do outro lado, os andinos jogavam a partida de sua vida. Estavam ao rubro. O ponteiro do relógio nem tinha andado cinco casas e eles já haviam assustado a Espanha por duas vezes. Estavam inflamados pelos gritos de incentivo de seus torcedores, que fizeram do Maracanã sua casa.    Estava claro que não demoraria muito para o placar seu inaugurado. E assim foi. Aos 20 minutos, o voluntarioso Aránguiz deu belíssimo passe para a dupla de ataque, que ficou no dois contra um. Alexis Sánchez recebeu a bola e teve tranquilidade para achar Vidal, que foi mais paciente ainda para limpar Casillas da jogada e tocar para o gol vazio: 1 a 0.    A Espanha tentou se reconstruir. Porém, não mudou seu futebol pragmático logo quando a partida pedida intensidade. Não à-toa, a Fúria foi facilmente desarmada pelos defensores andinos. Apesar de desorganizados taticamente, a zaga da “Roja” dava combate em qualquer bola que estivesse “viva”.    O segundo gol não teve muito capricho, mas resume um pouco do descontrole dos atuais campeões do mundo. Aos 43 minutos, Sánchez cobrou falta. O ótimo Casillas ficou com medo de segurar a cobrança, que não foi muito forte, e rebateu a bola para o miolo da área. Lá estava Aránguiz, que chutou como dava para ampliar o marcador.    A etapa inicial terminava com 2 a 0 para os andinos e os espanhóis não tinham muito do que reclamar.   Melancolia   A Espanha tentou ir atrás do prejuízo na segunda etapa. Era tudo ou nada. Porém, nem mesmo virtualmente eliminados, os comandados de Vicente Del Bosque conseguiram mostrar competência para mudar os rumos da partida. Só assustaram o goleiro Bravo com chutes de fora da área. Era pouco para quem detinha o melhor futebol do planeta até outrora.   O Chile, por sua vez, desperdiçou grandes oportunidades de ampliar o marcador. Foram ao menos três chances claras de gol, que não foram aproveitadas por excesso de capricho. E os tentos farão falta para a Roja, já que se vencesse por 4 a 0 (e não seria nenhum exagero), poderia encarar a Holanda com a vantagem do empate.   Foi um final melancólico para a Espanha. A atual detentora do título caía logo na fase de grupos. Seu feito não é inédito, pois Brasil (1966), França (2002) e Itália (2010) tiveram o mesmo destino. Porém, a Fúria foi a mais precoce das quatro, já que deu adeus ao Mundial logo na segunda rodada do torneio.       FICHA TÉCNICA ESPANHA 0 X 2 CHILE   ESPANHA: Casillas, Azpilicueta, Martínez, Sergio Ramos, Jordi Alba; Sergio Busquets, Xabi Alonso (Koke), Iniesta; David Silva, Diego Costa (Fernando Torres), Pedro (Cazorla). Técnico: Vicente Del Bosque   CHILE: Bravo, Medel, Francisco Silva, Gonzalo Jara; Isla, Aránguiz (Gutierrez), Marcelo Díaz, Mena, Vidal (Carmona); Vargas (Valdívia) e Alexis Sanchez. Técnico: Jorge Sampaoli   Gols: Vargas (aos 20’) e Aránguiz (aos 43’ do 1º tempo); Data: 18 de junho de 2014 Motivo: Jogo válido pela segunda rodada do Grupo B da Copa do Mundo Estádio: Maracanã Local: Rio de Janeiro (RJ) Árbitro: Mark Geiger (EUA) Auxiliares: Mark Hurd (EUA) e Joe Fletcher (CAN) Público: 74.101 Cartões amarelos: Vidal e Mena (Chile); Xabi Alonso (Espanha)

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