Acupuntura emocional: baseada no método com agulhas, EFT estimula pontos e promove autocura

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
16/06/2017 às 08:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:06
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Quando se fala em acupuntura, a primeira imagem que vem à cabeça é de uma porção de agulhinhas sendo espetadas no corpo. Mas uma outra ferramenta terapêutica baseada nos princípios da tradicional medicina chinesa e influenciada também pela psicologia moderna vem ganhando destaque em pesquisas científicas e sendo mais difundida e utilizada na cura de questões físicas e emocionais.

Também chamada de acupuntura sem agulhas, a Emotional Freedom Technique (Técnica de Libertação Emocional – EFT) baseia-se no método criado há mais de cinco mil anos, já que fundamenta-se, assim como o tratamento preconizado pelos chineses, na estimulação de pontos (meridianos) espalhados pelo corpo. 

O objetivo da ferramenta é liberar energias que, quando bloqueadas, impedem o fluxo de emoções e sentimentos, levando a desconfortos não só de ordem psicológica, como mágoas, raiva e ansiedade, mas também físicos. 

“Os meridianos são os canais por onde circula nossa energia vital. Segundo a medicina chinesa, as dores, doenças e emoções negativas são causadas por bloqueios na circulação dessa energia”, explica André Lima, terapeuta holístico, especialista em desenvolvimento pessoal e principal nome de EFT no Brasil. 

Princípio

De acordo com o método, uma vez que o paciente se conecta com o pensamento ou memória que causa desconforto e toca, ao mesmo tempo, determinados pontos do corpo – nove ou 14, conforme a sequência escolhida –, é possível acessar e desbloquear a energia represada. 

“Quando você toca nos meridianos, esse fluxo de energia vai sendo gradativamente liberado e o efeito prático é perceber as emoções mudando”, completa o terapeuta.

Qualquer pessoa pode aplicar a EFT em si mesma, não sendo necessário estar concentrada ou afastada de pessoas ou ruídos

Embora ainda haja quem desconfie de terapias alternativas ou complementares, como também são chamadas, estudos científicos vêm demonstrando, na prática, os benefícios reais dessas técnicas na saúde. 

Recentemente, uma pesquisa feita na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que o estímulo de certos pontos do corpo diminuiu a atuação da amídala cerebral – importante centro regulador dos sentimentos, emoções e agressividade. Em outro estudo, a EFT demonstrou resultados positivos quando à redução dos níveis de cortisol, hormônio que, em excesso, desencadeia estresse e ansiedade. 

Aplicação por terapeuta pode potencializar efeitos da técnicaFlávio Tavares

Terapeuta Susana Borges (direita) usa o método em BH

Embora possa ser praticada individualmente, sem que haja a necessidade de um ritual específico ou de horário e local pré-definidos, em alguns casos, a aplicação de EFT é melhor aproveitada quando realizada por um profissional. O motivo é que além de conhecer recursos mais aprimorados da ferramenta, o terapeuta consegue acessar “áreas” com as quais, na autoaplicação, o próprio paciente não se conecta.

“Existe um processo chamado de autossabotagem, que impede a pessoa de ir além naquilo que a incomoda ou, de alguma forma, a faz sofrer. Quando o terapeuta não está envolvido na dor, no medo ou ainda no medo da dor, fica muito mais fácil conduzir o processo”, explica a terapeuta Susana Borges, que realiza atendimentos a partir da ferramenta em Belo Horizonte.

No consultório dela, as sessões, que custam R$ 180, duram até uma hora e meia, dependendo do que o paciente deseja ou do que é possível acessar naquele momento. 

“Existe um ego por trás de cada um de nós e a função dele é justamente nos preservar. É ele que, quando somos bebês e ainda não temos outra forma de comunicar, nos faz chorar quando temos fome, frio ou dor. Interessante é ter alguém que nos ajude em eventualidades desse tipo”, ressalta.

Intermediário

Conforme a terapeuta, é possível, ainda, que a aplicação ocorra por intermédio de uma outra pessoa quando se trata de crianças. Nesse caso, os pais ou outro adulto ligado ao paciente são a ferramenta usada para o “tratamento” desejado. 

“Certa vez atendi uma mãe que havia tido um filho numa situação muito complicada. Aquilo havia interrompido um processo pelo qual passava e, desde o nascimento, a criança não dormia direito. Na sessão, abordamos questões relacionadas à gravidez, ao que a moça sentiu, como foi aquilo para ela. E o resultado do trabalho foi que a criança passou a dormir naturalmente a partir de então”, detalha.

Segundo Susana Borges, não existe um perfil definido de pacientes que podem se beneficiar da terapia, comparada à acupuntura sem agulhas. “Minha experiência mostra que não há um perfil definido. Existem técnicas dentro da própria técnica, ferramentas que possibilitam acessar traumas, bloqueios, emoções e crenças limitantes de forma muito eficiente e isso é muito interessante”, completa. Editoria de Arte

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por