Fabinho Ramalho garante duplicação de 58 km da BR-381 e anuncia candidatura à Presidência da Câmara

Amália Goulart
amaliagoulart@hojeemdia.com.br
24/11/2017 às 16:16.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:52
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

 Deputado federal pelo terceiro mandato e 1º vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG), conhecido como Fabinho Liderança, é hoje uma espécie de interlocutor junto ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) e ao Congresso dos interesses de Minas. Mais do que levar demandas, ele atua nos bastidores da política para concretizá-las. Foi Ramalho quem discutiu e negociou a liberação de voos de grande porte para o aeroporto da Pampulha. 

Fabinho garante que a próxima notícia que irá sacudir os mineiros é a duplicação de 58 quilômetros, a partir da Polícia Rodoviária Federal, em Sabará, da BR-381. O que muitos tentaram, segundo ele, será de fato realidade no próximo ano. 


Fabinho recebeu o Hoje em Dia no gabinete regional dele, em Belo Horizonte. Gabinete esse que vive lotado. Em pouco mais de uma hora, passaram por lá de desembargadores a prefeitos. 
As festas, jantares e almoços promovidos ao longo da carreira política garantiram amizades valiosas ao deputado, como a do colega Michel Temer. No gabinete em BH, uma mostra do prestígio: fotos com petistas, tucanos e peemedebistas, dentre eles, o presidente. Aliados dizem que ele já conseguiu reunir 100 deputados no apartamento funcional, em Brasília. O cardápio é composto, sempre, de quitutes da gastronomia mineira. Não à toa, havia um fogão industrial no gabinete. 


O prestígio será testado em 2019. Fabinho contou, com exclusividade, que será candidato à Presidência da Câmara. Antes, confirma que fechou aliança para reeleger o governador Fernando Pimentel (PT).

O senhor tem um bom trânsito junto ao Judiciário (estava aqui com desembargadores), ao Palácio do Planalto, ao Palácio da Liberdade e no Congresso. Como construiu isso?
Construi através da amizade e do trabalho. Minha função não é defender Michel Temer, nem defender o governador Fernando Pimentel. Mas sim defender meu Estado, defender os municípios e sobretudo o trabalho de cada um: seja de Michel Temer ou Pimentel. Eu luto por Minas Gerais. Acho que podemos fazer as coisas ajudando o Estado nas deficiências que ele tem. Seja na infraestrutura, segurança, saúde, enfim, em coisas que acho necessárias. Por exemplo, nessa semana teremos uma reunião com o ministro da Defesa Raul Jungmann (ocorreu na semana passada). Vamos falar sobre segurança nos quartéis de Minas Gerais. Estamos pedindo armamentos pesados para nossos quartéis. E também tenho uma reunião com o ministro da Justiça (Torquato Jardim) para alocar um recurso de R$ 50 milhões para melhorar a inteligência da segurança em Minas. Não estou aqui para defender nenhum governo. Estou para defender o povo.


Mas o senhor há de convir que são 53 deputados na bancada mineira e poucos têm a influência que o senhor tem. Como conseguiu ser tão bem quisto no meio?
A bancada de Minas é muito importante. Ela se une muito em torno do seu coordenador, que sou eu. Sabe que lutamos juntos. Não tenho esse poder sozinho. Eu o divido e consolido com toda a bancada. O que faço é lutar por Minas Gerais. Eu não luto em prol de uma coisa pessoal minha. Nunca tenho nenhum pedido pessoal ao presidente e a nenhum ministro. Quando você vê qualquer pessoa me procurando, seja do Judiciário ou Ministério Público, é porque temos que ter linhas de trabalho com toda a sociedade mineira. 

Minas não merece ter um ministério?
Minas merece ter vários ministérios. Mas melhor que ter ministérios, é ver o que precisamos: BR-381, BR-367, melhoria na BR-251, ter recursos para melhorar a inteligência e o armamento para quartéis. E precisa ter recursos de custeio nos hospitais de alta complexidade - que sempre ajudamos através de emendas impositivas. No próximo ano, daremos também um aporte melhor para universidades e institutos federais em Minas com emenda da bancada de Minas. 

Consegui liberação das emendas?
A liberação está no caminho normal. Vão ser liberadas. Esse ano, vamos colocar mais R$ 80 milhões para saúde e também uma parte para segurança. Vamos adquirir, só de viaturas, 600 para distribuir em Minas. 


Esse recurso já está assegurado?
Está assegurado e vai ser pago neste ano. Na saúde são cerca de R$ 70 milhões, sendo mais de R$ 20 milhões para os hospitais em Belo Horizonte, para custeio. Conseguimos um recurso para a Santa Casa, Ad Aeternum, que vai totalizar uma faixa de R$ 20 milhões anual. Fora esses recursos, o presidente também vai alocar R$ 300 milhões. Desses R$ 300 milhões, da bancada mineira, pedi em nome da bancada, vamos alocar uma parte para a saúde e segurança. Outra parte, os deputados todos vão alocar nas regiões, para a alta complexidade de saúde. 

Quanto ao aeroporto da Pampulha, em quanto tempo teremos os voos de grande porte?
O ministro me prometeu parece-me que ainda no final desse mês, início de dezembro, teremos a Pampulha já funcionando. Eu exigi dele foi que tivéssemos ali melhoramento para atender melhor o cidadão que vai viajar pela Pampulha.
 

Infraestrutura?
Vamos conseguir que nesse ano e no próximo sejam feitas melhorias na infraestrutura para atender à população.
 

"O partido irá caminhar, em cada Estado, onde for melhor para a bancada. Como a bancada são seis deputados federais e cinco optaram por essa coligação, a maioria é que vai determinar o que é melhor para o partido. E também os treze deputados estaduais fecharam com essa coligação"

E a BR-381?
Ela está com as obras garantidas para esse ano e para o próximo. Não adianta pensar em 381 como um todo. Alguns trechos foram paralisados e terão que ser relicitados.
Tem que seguir a lei. Terá que ser feita uma reformulação até nos projetos. O que pode ser feito, e vai ser feito, são 58 quilômetros. Meu cálculo é que podemos entregar até o próximo ano esses 58 quilômetros da BR-381 duplicados.
 

Qual trecho?
Seria do início aqui, logo depois da Polícia Rodoviária Federal, e iria até o quilômetro 65. Ele deve começar um pouco mais na frente. Os túneis também serão liberados. É ali que tem melhor condição de entregar. A BR-367 também. É uma rodovia que começou com Juscelino Kubitschek e que aguardamos que a publicação do edital de licitação seja colocado na prática para que se possa iniciar e concluir até o próximo ano. 


O PMDB fechou questão para apoiar a reeleição do governador Fernando Pimentel?
Temos esse compromisso, inclusive do presidente do nosso partido, que é o Romero Jucá, no sentido de que vamos poder caminhar aqui com uma aliança PT/PMDB.
 

O pessoal do Antonio Andrade foi ao Jucá pedir que tenham alianças definidas sem o PT...
Não sei o que eles falaram. O que temos definido é que o partido irá caminhar, em cada Estado, onde for melhor para a bancada. Como a bancada são seis deputados federais e cinco optaram por essa coligação, a maioria é que vai determinar o que é melhor para o partido. E também os treze deputados estaduais fecharam com essa coligação.

“Eu posso afirmar que trabalho para ser candidato à reeleição na Câmara Federal e vou trabalhar para ser candidato, se for eleito, à Presidência da Câmara de Deputados”

O senhor é um nome lembrado para vice na chapa de Pimentel. Como o senhor vê essa indicação?
Me sinto honrado de meu nome ser lembrado. Mas eu posso afirmar que trabalho para ser candidato à reeleição na Câmara Federal e vou trabalhar para ser candidato, se for eleito, à Presidência da Câmara de Deputados.

O senhor não seria um nome para ser ministro do presidente Temer?
Nesse momento, não. Fui eleito para ser vice-presidente da Câmara, tive o apoio de 264 deputados e não posso deixar o meu mandato de vice-presidente eleito, com a confiança de todos, uma eleição que foi avulsa e derrotou inclusive o candidato do Palácio do Planalto.


O senhor fisga os colegas pelo estômago?
A relação é muito boa. Quando você leva alguém para a mesa é uma maneira boa de conversar e se sentir igual. Então, sentamos ali oposição e situação. É uma maneira realmente de fazermos a boa política mineira através da comida mineira. É uma maneira de divulgar a culinária mineira, nossa riqueza.

Quando o presidente vem a Minas?
Vai depender dele. Já fiz esse convite. Eu e o presidente Michel temos uma relação muito próxima. Mas eu deixo ele à vontade. Então, estou deixando que ele construa mais por Minas, que faça mais por Minas para que possa vir aqui inaugurar. Que ele faça mais pela saúde, educação infraestrutura para que Minas possa receber dele tudo o que tem feito para o bem de um governo ao qual queremos avançar. Temos algumas divergências como a Previdência. Não temos convergência na Previdência. Acho que ela tem que ser melhor discutida. Acho necessária e urgente, mas mais necessário e urgente é uma comunicação melhor com o povo.

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