(Breno Nunes/Divulgação)
A “padaria do futuro” vai muito, mas muito além do pão. E compreender o motivo disso é o que vai fazer a diferença entre negócios bem-sucedidos ou nem tanto. É que o carro-chefe deste tipo de estabelecimento há tempos deixou de ser um diferencial para conquistar – e aumentar – a clientela. Nesse cenário, o empresário que quiser se sobressair terá que oferecer algo mais: inovar e entreter, para ser exato.
Quem dá a fórmula é Pedro Henrique Oliveira, gestor estratégico de mais de 150 padarias e restaurantes de todo o país e especialista em Marketing e Gestão de Processos. “A única coisa com a qual a padaria não ganha dinheiro é com pão”, afirma.
Para Oliveira, o bom e velho pãozinho francês é uma commodity. Ou seja, um produto de qualidade, características e preço bastante parecidos de um fornecedor para o outro.
A saída para se destacar neste mercado, portanto, passa por outras estratégias. “Inovação é o principal ativo, hoje, dentro de qualquer negócio”, resume. Tática que pouco tem a ver com tecnologia. Depende, isso sim, de criatividade.
“Ter um padeiro não é mais um benefício. As padarias se transformaram em centros gastronômicos robustos, com café colonial, lanche, almoço, pizza, hambúrguer e sanduíches elaborados”, diz Oliveira, que tem especialização em Análises e Reestruturação de Processos pela Universidad Rey Juan Carlos, em Madri, na Espanha, e é consultor do Sebrae nacional.
Segundo ele, o modelo da “padaria do futuro” vem sendo importado da Europa, especialmente da Itália. A inovação mexe até com a arquitetura do local. As paredes da cozinha são substituídas por vidros, garantindo interatividade entre o cliente e as ilhas de produção.
Entreter a freguesia também significa dar a ela atenção especial. De nada adianta ter pães artesanais, por exemplo, e nenhum funcionário treinado para apresentar a mercadoria ao público.
“Os pães artesanais trazem a essência da panificação, que precisa ser explicada. Imagine chegar a uma padaria que trabalha com centeio. Se você não tiver conhecimento, corre o risco de achar tudo horrível: o pão duro, sem sal, massudo. Entra aí o poder da equipe: o de explicar o que é aquele pão. Essas pessoas não podem ser substituídas por uma placa ou display”.
Com essa “dose” de entretenimento ao consumidor, a tendência é ele ficar um tempo maior no estabelecimento, aumentando as chances de sair com a cesta de compras cheia. Degustações também são bem-vindas para que o freguês conheça os produtos.
De acordo com Oliveira, também sócio-diretor da empresa de consultoria PH Gestão para Resultados, no mercado da panificação 70% dos artigos comercializados devem ser produzidos in loco. Já o restante pode ser fornecido por terceiros, para dar maior rentabilidade.
Parte das ideias do gestor está reunida no e-book “O Futuro das Padarias em 6 Passos”, disponível para download gratuitamente no site www.padarialucrativa.com.br.