40 mil atleticanos e cruzeirenses dividem igualmente o Mineirão para quebrar um hiato de quatro anos

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
01/02/2017 às 21:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:39

Foram necessários 1460 dias de espera, ou quase quatro anos de hiato para o Mineirão voltar a ser colorido, de forma igualitária, de preto, azul e branco. No embate entre Cruzeiro e Atlético de quarta-feira (1), as duas torcidas puderam, finalmente, dividiram o estádio e, pelas pequenas perturbações identificadas pelos órgãos de segurança, o balanço do "clássico meio a meio" foi positivo, capaz de manter viva a tradicional decisão de divisão de ingressos e da renda entre os rivais.

A decisão, que partiu de uma aliança entre as diretorias de Galo e Raposa, levou 39.811 atleticanos e cruzeirenses (pagantes) ao Magalhães Pinto, numa renda de R$ 1.139.652,00. Cerca de 6 mil lugares estavam bloqueados pela PMMG, para separar as duas torcidas.

O Cruzeiro se deu melhor, mas o resultado poderá ficar em segundo plano, uma vez que a festa nas arquibancadas, representando o clímax da rivalidade, foi a marca do duelo na noite belo-horizontina.

O torcedor celeste pôde dormir com o sorriso no rosto diante do triunfo justo, numa partida em que a Raposa jogou melhor e soube aproveitar o erro do Galo. A torcida do Atlético, de cabeça inchada após duas partidas nada agradáveis do clube na temporada, cumpriu o papel apoiando a equipe mesmo quando o placar do clássico já lhe era desfavorável.

Um esquema de segurança no entorno do Mineirão que delimitava o acesso das torcidas por vias diferentes na região da Pampulha, impediu incidentes de maior gravidade, como confronto entre torcedores rivais. Apenas brigas entre torcedores do mesmo time, furtos e extorsão foram registrados pela delegacia do estádio.

Confusão mesmo só em campo. Apesar de ser um jogo quase "amistoso", os jogadores de Cruzeiro e Atlético "não tiraram o pé". O meia-atacante da Raposa, Robinho, e o técnico Mano Menezes foram expulsos do duelo. Roger Machado sacou Yago por medo do cartão vermelho e houve um princípio de tumulto no gramado apartado pela arbitragem, já no fim da partida.

A expectativa que fica é que, na 10ª rodada do Campeonato Mineiro, o clássico novamente marcado para o Mineirão possa continuar a ser dividido igualmente. Este duelo será de mais apelo, que pode definir o primeiro colocado da fase inicial do Estadual. E marcado para um sábado (1º de abril), às 16h, poderá ter menos impacto no trânsito da região, já que o duelo desta quarta estava agendado para 19h30, ainda no "horário de rush". 

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