(César Greco)
No início deste mês, em sua última entrevista coletiva na Academia de Futebol, Paulo Nobre disse confiar na torcida para garantir que o Palmeiras não será rebaixado no Campeonato Brasileiro. Mas, em campo, onde realmente se define o destino do time, a equipe está na última colocação após perder por 6 a 0 para o Goiás. E o torcedor, única esperança do dirigente, não consegue ouvir mais nada do presidente.
Nobre não tem nenhum pronunciamento programado para os próximos dias. No clube, justificam o sumiço do mandatário a uma conclusão óbvia: as eleições marcadas para novembro. O dirigente tem trabalhado em alianças para conseguir mais dois anos de mandato e se expor em meio à crise no futebol só traria prejuízos.
Em Goiânia, a diretoria foi representada pelo vice-presidente Genaro Marino, pelo diretor executivo José Carlos Brunoro e pelo gerente de futebol Omar Feitosa. E coube a Brunoro, de quem Nobre tem evitado aparecer ao lado também pensando em preservar sua imagem política, mais uma vez ser escudo.
Nobre pretendia afastar Brunoro do futebol, ciente de como seu braço direito é criticado por conselheiros e sócios que definirão o presidente do Verdão entre 2015 e 2016. Mas, com as sequentes frustrações da equipe, seguiu longe de Brunoro e, ao mesmo tempo, do futebol.
O presidente acabou sumindo e o diretor executivo tem aparecido constantemente para dar explicações sem nenhum detalhe. Brunoro declara sempre assumir a culpa da diretoria em vexames, mas não especifica onde errou e, como ocorre com Nobre, se nega a assumir os claros erros de planejamento que leva o clube a passar vergonha na temporada do centenário.
O torcedor não consegue ouvir de seus dirigentes o que acontece e, por outro lado, vê apenas o fraquíssimo futebol dentro de campo. Mas Nobre ainda confia na reeleição e, com isso, some para tentar desvincular sua óbvia participação na vergonhosa campanha do time que montou para o centenário.