'À la Dunga', capitão do polo aquático rouba a cena em vitória do Brasil

Estadão Conteúdo
07/07/2015 às 22:00.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:48

Felipe Perrone fez três gols na vitória do Brasil sobre o Canadá por 11 a 9 na estreia do time masculino no polo aquático nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, nesta terça-feira. Mas ele não apenas balançou as redes adversárias, como comandou o time na piscina. "Dentro da água ele é meu técnico", afirma o técnico Ratko Rudic, elogiando bastante o rapaz. "Ele é fundamental, é um dos melhores jogadores do mundo e tem uma capacidade grande de ajudar a equipe."

Na piscina, Perrone grita com os companheiros, com os adversários, fala com a arbitragem, simula e sofre faltas... É um líder reconhecido por todos. "Tive oportunidade de viver muito próximo de grandes jogadores nos últimos anos e aprendi bastante. Mas eu não faço o trabalho sozinho. O técnico também me dá liberdade para ajudar", conta.

Ele sabe que a seleção brasileira de futebol está carente de líderes para usar a braçadeira de capitão e tenta evitar comparações. "Falta o Dunga de 94 no Brasil de hoje, mas eu sou mais atacante, não dá para nos comparar", brinca o atleta, que foi eleito o jogador mais valioso da última Liga dos Campeões da Europa.

Ele sabe que o polo aquático está passando por uma verdadeira revolução no Brasil e os recentes bons resultados, como o bronze na Liga Mundial, vem chamando a atenção para a equipe. "Estou no circuito internacional há muito tempo e nunca tinha visto isso. Os atletas do Brasil eram semi-amadores e agora estão dando entrevistas", explica. "Não só aqui em Toronto, mas no mundo todo, as pessoas estão vendo que é um time sério."

A chegada de jogadores estrangeiros também deu um salto de qualidade para a equipe. Ives Alonso, Paulo Salemi e Adria Delgado somaram-se ao grupo, que conta ainda com o croata Josip Vrlic. "Naturalizado tem apenas um, o Josip. Todos os outros são brasileiros", garante Perrone, que espera que o desenvolvimento da modalidade continue mesmo após os jogos do Rio, em 2016.

"Estamos mostrando respeito e incentivando a prática do esporte. Existe uma série de projetos sociais que estão sendo feitos. No Rio sou embaixador de um para 100 crianças. Isso vai ficar como legado", avisa o atleta, que espera que o Brasil continue com as vitórias no Pan. "Acho que fazia uns cinco anos que não ganhávamos do Canadá na cada deles. Essa vitória abre um caminho muito bom, mas precisamos ir jogo a jogo", conclui.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por