Após ser demitido do Fluminense, Abel Braga admitiu nesta segunda-feira que o clube realmente estava precisando passar por mudanças em seu comando. "Se eu fosse dirigente, eu também mudaria o treinador. Foram 26 meses, coisa rara no futebol brasileiro. Era hora de mudar", disse o técnico.
Abel, no entanto, fez questão de frisar que não entregou o boné e deixou o ônus da decisão inteiramente sobre os ombros da diretoria. "Não deixo o Fluminense, fui demitido. Eu não deixaria um grupo fantástico como esse. Não poderia largar num momento em que o clube não está vencendo", destacou o técnico, que tem profundas raízes tricolores.
Sem esconder a emoção, Abel disse ter orgulho do trabalho realizado no clube. "Vou ser muito breve porque já me emocionei na despedida dos jogadores. Hoje eu vi que era muito mais querido por esse grupo do que eu pensava. Saio como o terceiro treinador que mais dirigiu a equipe, mas deixo um pedaço meu aqui", disse.
Sob o comando do treinador, o Fluminense se sagrou campeão estadual e brasileiro, em 2012. Neste ano, porém, o time foi mal no Carioca e caiu nas quartas de final da Copa Libertadores. No Brasileirão, vinha de cinco derrotas seguidas e figurava na zona de rebaixamento.
A diretoria ainda não tem um nome de consenso para substituir Abel. Vários técnicos já foram listados, incluindo Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão Borges e Ney Franco. Se nenhum treinador for confirmado até quarta, o técnico do sub-17, Marcos Valadares, comandará a equipe na partida contra o Cruzeiro, pela 10ª rodada do Brasileirão.
http://www.estadao.com.br