(Agência Brasil)
A cerimônia de abertura da Paraolimpíada, que ocorreu na noite desta quarta (7), começou marcada por um protesto contra o presidente Michel Temer.Minutos antes do início, parte do público gritou em coro "fora, Temer". Algumas pessoas levaram cartazes de protesto, exibidos dentro e fora do estádio.
A manifestação precedeu a chegada do presidente à tribuna de honra, de onde assistiu à cerimônia ao lado de sua mulher, Marcela.
Até às 20h, Temer não havia se pronunciado -a exemplo da Olimpíada, ele declararia os Jogos abertos. A exposição de sua imagem no telão do estádio havia sido evitada.
Quando a tradicional contagem regressiva para o início da festa chegou ao número zero, o para-atleta americano Aaron Wheelz desceu da arquibancada do Maracanã em alta velocidade por uma megarampa de 17 m.
Ele atravessou o número zero, deu uma cambalhota e aterrissou sobre um colchão inflável. Wheelz nasceu com espinha bífida, uma má formação congênita.
Em seguida, houve uma homenagem à roda dos cadeirantes feita pelos músicos Maria Rita, Xande de Pilares, Teresa Cristina, Pretinho da Serrinha, Monarco, Hamilton de Holanda, Diogo Nogueira e Gabrielzinho do Irajá, sambista que é cego.
Eles participaram da roda no imenso palco montado em cima do gramado do estádio.
O pout-pourri de sambas teve trechos de clássicos como "Foi um Rio que Passou em Minha Vida", "O Show Tem que Continuar", "A Voz do Morro", "Tristeza" e "O Canto das Três Raças". O palco virou praia, com referências à cultura praiana carioca, como vendedores de biscoito Globo, surfe e aplauso ao pôr do sol, tradição na orla de Ipanema.
O hino nacional foi executado ao piano pelo maestro João Carlos Martins. Ele é símbolo de superação por ter interrompido a carreira como pianista por uma série problemas físicos.
O desfile dos atletas abriu com a delegação independente, formada por dois refugiados, o nadador sírio Ibrahim Al Hussein e o iraniano Shahrad Nasajpour. Todas as delegações foram bem recebidas pela plateia presente ao Maracanã, inclusive a argentina, tradicional rival da torcida brasileira.