(Rodrigo Villalba)
Na terça-feira passada, o imbróglio envolvendo a permanência, ou não, da Portuguesa no Campeonato Brasileiro ganhou um novo capítulo. O Conselho Deliberativo da Lusa decidiu mesmo apelar à Justiça comum contra o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), pela perda de quatro pontos na disputa do ano passado. A escalação irregular do meia Héverton, na última rodada, gerou o rebaixamento do clube à Segunda Divisão. Diante da postura dos dirigentes paulistas, a Série A deste ano corre o risco de sofrer alterações, a dois meses do pontapé inicial da competição. Só que um exemplo de Minas Gerais mostra que os desdobramentos do “caso Portuguesa” ainda podem ser muitos. Desde setembro da temporada anterior, o Betim, que voltará a se chamar Ipatinga, briga com a CBF e o STJD por um lugar na Série C do Brasileiro. O representante do Vale do Aço recorreu à Justiça comum e liminares mudaram o curso dessa “queda de braço”. O time chegou a ser a excluído da disputa e rebaixado à Quarta Divisão. Porém, o Tigre obteve, na última quinta (20) , uma liminar na 4ª Vara Cível de Betim que o recolocou na Terceirona. Em 2013, os mineiros perderam seis pontos, devido a dívidas com o Nacional da Ilha da Madeira (Portugal) e The Strongest (Bolívia), referente às contratações dos jogadores Luizinho e Pablo Escobar. O Comitê Disciplinar da Fifa, sob o aval do Tribunal Arbitral do Esporte, cobrou a punição. Para evitar a perda dos pontos, o Betim entrou com uma ação na Justiça Comum, contra a exclusão na Série C. Uma liminar ainda garantiu que o Tigre jogasse as quartas de final, sendo eliminado pelo campeão Santa Cruz. Em fevereiro, a CBF rebaixou o Betim para a Série D, numa retaliação a todo o processo. No entanto, o clube está de volta à Terceira Divisão com a liminar que conquistou agora. Nova incursão Para completar, o ex-presidente do Betim Itair Machado promete uma nova incursão na Justiça comum. Desta vez, o clube luta para ser chamado de Ipatinga novamente. “A CBF, de sacanagem, não está autorizando a transferência do nome. Vamos ter de entrar na Justiça comum de novo e reivindicar nossos direitos”, avisa Itair, que está à frente dos imbróglios, ao lado do advogado Antônio Sérgio. Itair Machado ressalta que o caso envolvendo as perdas de pontos na Série C já tinha sido resolvido. “Esgotamos as esferas desportivas e fomos à Justiça comum, que nos deu pareceres favoráveis. O julgamento que nos mandou à Série D foi ilegal, uma afronta da CBF e do STJD. Foi tudo uma questão de interesse da entidade, priorizando o futebol paulista. Ano passado, já tentaram manter o Mogi Mirim e nos tirar”, esbraveja.