Aguerrido, Cruzeiro vence La U e segue vivo na Libertadores

Wallace Graciano - Hoje em Dia
03/04/2014 às 22:51.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:56
 (MARTIN BERNETTI)

(MARTIN BERNETTI)

Foi tenso, dramático, bem como a Libertadores pede. Mas quem disse que o torcedor se importou? Quando o árbitro German Delfino apitou pela última vez, o cruzeirense foi à loucura após ver seu clube manter vivo o sonho do tricampeonato continental, ao bater a Universidad de Chile, por 2 a 0, nesta quinta-feira (3), no estádio Nacional, em Santiago. O curioso é que esse mesmo estádio Nacional foi o palco do primeiro título da Raposa no torneio e agora se transforma em um amuleto, graças aos gols de Bruno Rodrigo e Samudio, ambos no primeiro tempo.   O drama agora passou para o lado chileno. Com a vitória aguerrida, o Cruzeiro chegou aos sete pontos e, se vencer o já eliminado Real Garcilaso (PER), na próxima quarta-feira (9), no Mineirão, praticamente garante sua vaga nas oitavas. Apesar de ter dois pontos a mais que o time estrelado, a La U tem a obrigação da vitória contra o Defensor (que soma dez pontos), no Uruguai, uma vez que tem saldo de gols inferior à Raposa, o que a eliminaria em caso de um empate. Os dois confrontos terão início às 22 horas.   Alívio   Se alguém vestia azul nesta quinta-feira em Minas Gerais, certamente foi tomado pela tensão que envolvia o confronto entre Cruzeiro e Universidad de Chile. Para não passar o maior vexame de sua história em Copas Libertadores, e não ser eliminada pela primeira vez na primeira fase do torneio, e ainda de maneira antecipada, a Raposa tinha a obrigação de vencer os andinos, no “território inimigo”. Era o típico ingrediente comum ao torneio continental. E ele ditou a tônica do confronto por completo.   Foi só a bola rolar para isso ficar perceptível. A disputa por sua posse foi intensa, brigada. E quando estava nos pés de qualquer dianteiro, ela era chutada rumo ao gol, o que costuma ser um “ritual” para aliviar a tensão em partidas decisivas, como a desta quinta. Aos 12 minutos, por exemplo, Júlio Baptista recebeu na intermediária. Sem pensar muito, o atacante experimentou dali mesmo. A bola passou perto, aumentando a angústia.   Mas o alento veio em seguida, aos 15 minutos, quando Everton Ribeiro foi parado em falta por Rojas quando caminhava rumo à meta. Ele mesmo ergueu a bola em curva para o miolo da grande área. Lá estava Bruno Rodrigo, que subiu mais alto que a zaga adversária para mandar em direção à caixinha. O grito de gol ainda ficou entalado por alguns instantes, já que a pelota ainda bateu na trave antes de cruzar a linha e dar números iniciais à partida: 1 a 0.   O gol inicial no primeiro terço da partida surgiu como um alívio, mas era claro que não seria o suficiente. A La U era perigosa. Aos 27, por exemplo, a defesa do Cruzeiro dormiu no ponto. Fernández dominou, Fábio tentou abafar, mas saiu estabanado, tomando um “chapéu” do meia chileno. A bola só não entrou porque Dedé apareceu para aliviar o gol certo. Cinco minutos depois, foi a vez de Ceará ficar “plantado” em sua posição. Ele não acompanhou um lançamento em diagonal que tinha rumo a suas costas. Rubio dominou livre na área, chutando na saída do arqueiro estrelado, tirando tinta da trave que estava do outro lado.   Era um jogo franco, principalmente pela marcação frouxa dos dois lados. E foi aproveitando um deles que a sorte voltou a sorrir para o lado celeste. Não sem uma dose de drama, como foi durante toda a partida. Aos 39 minutos, Lucas Silva inverteu a jogada nas costas do lateral chileno, achando Dagoberto, que tocou de primeira para trás, achando Ricardo Goulart. Com sua visão de jogo apurada, o meia-atacante deu passe espetacular para Samudio, que flutuava por ali. O lateral recebeu na entrada da área e chutou cruzado na saída de Johnny Herrera. O goleiro chegou a desviar a bola, mas ela morreu nas redes. 2 a 0.   O jogo poderia ter sido decidido logo no lance seguinte, quando Dagoberto viu Júlio Baptista avançando livre em meio a defesa adversária. “La Bestia” recebeu no mano a mano com o goleiro Johnny Herrera, porém chutou em cima do arqueiro chileno, que já estava vendido no lance. Pecado que deixava ainda mais drama para o segundo tempo.   Administrado   Quando o árbitro colocou fim ao primeiro tempo, estava claro que a etapa complementar seria um verdadeiro jogo de ânimos. Atrás do prejuízo, a La U foi pra cima sem muito se preocupar como iria proteger a retaguarda. O Cruzeiro, tentando conter o ímpeto, fechou os espaços e passou a explorar o contra-ataque.   Na base do abafa, a Universidad de Chile tentava furar o bloqueio celeste. Porém não mostrava qualidade para tal. O Cruzeiro, de forma inteligente, criou as principais jogadas, muito explorando as brechas deixadas. Não ampliou, mas levou perigo, principalmente nos chutes de fora da área de Souza e nas investidas de Júlio Baptista.   A melhor chance, entretanto, veio no “tapa” na bola que Willian deu já no final da partida. Ele encobriu Johnny Herrera, mas a trave foi inimiga desta vez, e não mandou a pelota para dentro, como na primeira etapa. A se lamentar somente o gol perdido, que mereceria placa. No final das contas, o Cruzeiro estava vivo. Muito. E dependia só de si para seguir o sonho pelo tricampeonato.   FICHA TÉCNICA UNIVERSIDAD DE CHILE 0 X 2 CRUZEIRO   UNIVERSIDAD DE CHILE: Johnny Herrera, González, Caruzzo, José Rojas, Cereceda; Martínez (Castro), Rodrigo Rojas, Fernández, Lorenzetti; Mora (Farfán) eRubio. Técnico: Cristián Romero   CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo, Samudio; Lucas Silva, Henrique, Everton Ribeiro (Luan), Ricardo Goulart (Souza); Dagoberto (Willian) e Júlio Baptista. Técnico: Marcelo Oliveira   Gols: Bruno Rodrigo (aos 15'), Samudio (aos 401 do 1º tempo) Data: 3 de abril de 2014 Motivo: Jogo válido pela quinta rodada do Grupo 5 da Copa Libertadores Estádio: Nacional Cidade: Santiago (Chile) Árbitro: German Delfino (ARG) Auxiliares: Gustavo Rossi (ARG) e Ivan Nuñez (ARG) Cartões amarelos: Henrique, Luan e Ceará (Cruzeiro); José Rojas e Caruzzo(Universidad de Chile) Cartão vermelho: Caruzzo (Universidad de Chile); Samúdio (Cruzeiro)

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