Eleito por Juvenal Juvêncio como nome a enfrentar Kalil Rocha Abdalla, o ex-presidente Carlos Miguel Aidar já fala como candidato e se projeta por seis anos à frente do São Paulo. Em rápida conversa com os jornalistas no CT da Barra Funda, nesta terça-feira, ele demonstrou segurança em uma vitória esmagadora diante do oposicionista Abdalla nas eleições do ano que vem no clube e aposta que o apoio de Juvenal será fundamental para garantir o triunfo, apesar das críticas cada vez mais ácidas sobre o final de mandato.
"Gosto do Kalil, mas vai ser tranquila nossa eleição. Eu não vou entrar pra perder depois de tanto tempo e tanto trabalho feito para o São Paulo. Estou absolutamente tranquilo, com o apoio do Juvenal eu diria que é absolutamente impossível perder a eleição", disse Aidar, que revelou ter telefonado para Muricy na segunda-feira mesmo sem saber da demissão de Autuori. "Parece que o Juvenal leu meu pensamento".
A entrada do ex-presidente (comandou o São Paulo entre 1984 e 1988) foi uma decisão pessoal de Juvenal ao perceber que os demais nomes apresentados - os vices Julio Casares, Roberto Natel e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco - enfrentariam muita rejeição no Conselho Deliberativo e teriam dificuldades diante de Abdalla, que tem bom trânsito interno. Aidar é muito próximo do presidente, o teve como diretor de futebol durante sua gestão e conseguiu emplacá-lo como sucessor.
Apesar da fala conciliatória, Leco não admite a indicação porque acredita ter a prerrogativa de disputar o pleito. Aliado histórico de Juvenal, o dirigente esperava ser o escolhido e nunca escondeu o desejo de concorrer; ele trabalha para reverter o quadro imposto pela situação, mas dificilmente terá sucesso. Segundo Aidar, seu nome foi consenso entre os pré-candidatos, incluindo Leco.
"As adesões foram muito significativas e o próprio Julio Casares, sabendo que eu tinha aceito a condição, veio me apoiar. O Roberto Natel também e eu tive a informação de que o Leco retirou sua candidatura. Eu me torno candidato da situação com apoio do Juvenal e da sua diretoria, vamos torcer pra fazer jus à confiança depositada em mim", explicou.
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