(AFP)
Marco Reus conheceu o lado obscuro do futebol. Aos 29 anos, o talentoso jogador atuou apenas 32 vezes por sua seleção, culpa das inúmeras lesões que interromperam sua carreira. Mas, neste sábado, milhões de torcedores alemães esperam vê-lo titular em campo contra a Suécia na Copa do Mundo.
"É bom que ele volte a jogar na seleção após uma longa ausência", declarou o técnico Joachim Löw sobre o atacante do Borussia Dortmund.
"É um jogador de qualidades excepcionais, muito talentoso, inteligente e que surpreende o adversário. É um foguete".
Na ausência do driblador Leroy Sané, que não foi convocado por Löw, Reus aparece como o jogador com maior capacidade de incomodar individualmente uma defesa bem fechada.
Reus, porém, só disputou uma das grandes competições de seleções, a Eurocopa-2012, na qual atuou em dois jogos.
Em 2014, ele já tinha o bilhete de avião garantido para viajar ao Brasil quando sofreu grave lesão na última partida de preparação da Alemanha, contra a Armênia. Na noite da vitória alemã sobre a Argentina na final desta Copa, Reus admite nem ter visto o amigo Mario Götze exibindo uma camisa com seu nome durante a comemoração pelo título no Maracanã.
"Tenho que admitir que fui dormir bem rápido", declarou Reus.
- Özil sacrificado -
Em 2016, Reus também ficou de fora da Eurocopa da França devido a dores persistentes na virilha.
Curiosamente, o fato do atacante chegar bem fisicamente à Copa da Rússia deve-se principalmente a outra lesão, a ruptura nos ligamentos cruzados do joelho ocorrida em 2017, o que obrigou Reus a ficar de molho até fevereiro deste ano.
Desta vez, ele tentará agarrar a oportunidade. No plano inicial da Alemanha, Löw lhe reservou o papel de 'trunfo' da equipe, encarregado de entrar no segundo tempo para destravar jogos complicados em caso de necessidade.
"Marco pode ajudar muito em momentos específicos e ter um papel essencial se formos longe na Copa", explicoua o técnico antes do Mundial.
Mas, desde a catastrófica derrota na estreia para o México (1-0), cada vez mais vozes gritam para que Reus vire titular, pelo lado esquerdo ou pelo centro do campo no lugar de Julian Draxler ou Mesut Özil, este último escolhido como bode expiatório pela torcida alemã.
"Reus precisa entrar, isso é indiscutível, e sacrificando Özil", afirma o ex-jogador Stefan Effenberg: "Isso daria mais ritmo e criatividade".
"Sim, estou ouvindo o que dizem os especialistas", respondeu o tímido Reus, que ainda não parece acostumado com os holofotes.
"Mas não depende de mim. O técnico sabe de minhas capacidades, eu dou o meu melhor nos treinos e estou à disposição da equipe. Espero jogar".
Após uma temporada convincente com o Borussia Dortmund, Reus ganhou moral no último domingo contra os mexicanos, mesmo sem ter conseguido evitar a derrota alemã. Depois de entrar em campo aos 15 minutos do segundo tempo para sua primeira aparição em Copa do Mundo, ele acelerou o jogo e, ao lado do goleiro Manuel Neuer, foi salvo das críticas pela imprensa de seu país.
A comissão técnica da Alemanha ainda não revelou a equipe que deverá enfrentar a Suécia, mas o diretor da seleção, Oliver Bierhoff, próximo de Löw, afirmou que a equipe teria um "impulso", dando a deixa para que Reus ganhe uma oportunidade.