Técnico retorna ao América com a missão de reconduzir o clube à Série A
(Mourão Panda)
Ao longo de quase três décadas de carreira, Enderson Moreira construiu uma trajetória marcada por grandes desafios, conquistas expressivas e passagens por diversos clubes do futebol brasileiro. Formado em Educação Física pela UFMG, iniciou sua carreira no América, onde deu os primeiros passos ainda nas categorias de base. Desde então, acumulou experiências em clubes como Fluminense, Goiás, Grêmio, Santos, Cruzeiro, Fortaleza, Botafogo, Bahia, Ceará, Sport, Avaí e até mesmo no futebol internacional, com o Sporting Cristal, do Peru.
Seja na luta contra o rebaixamento, seja em campanhas vitoriosas — como as conquistas da Série B pelo próprio América, Goiás, Botafogo e Bahia —, Enderson ficou conhecido pela capacidade de reorganizar elencos e liderar processos de reconstrução. Seus trabalhos costumam se destacar pela consistência defensiva, pelo forte trabalho coletivo e, principalmente, pela habilidade em conduzir equipes em momentos decisivos. Mesmo após passagens turbulentas, sempre soube se reinventar e buscar novas oportunidades.
Em 2025, após conquistar o Campeonato Catarinense pelo Avaí e realizar uma breve passagem pelo futebol peruano, Enderson retorna ao América, clube que conhece como poucos e pelo qual já foi campeão da Série B em 2017. Agora, assume o desafio de recolocar o Coelho na disputa pelo acesso à elite nacional, trazendo consigo toda a bagagem acumulada ao longo da carreira.
Nesta entrevista exclusiva ao jornal Hoje em Dia, Enderson Moreira fala sobre o novo momento à frente do América, os obstáculos enfrentados na Série B e os planos traçados para levar o clube de volta à Série A do Campeonato Brasileiro.
(Mourão Panda)
Enderson, mais uma vez você retorna ao América em um momento desafiador. Quais os principais fatores que o motivaram a aceitar esse novo convite?
O América é um time muito organizado, com um trabalho de excelência em todos os setores, e que precisa estar na elite do futebol nacional. A minha ideia é ajudá-lo a voltar para o lugar que merece estar. Claro que o carinho que tenho pelo clube é incomparável, fui muito feliz aqui. Acredito que ter vivido experiências anteriores no clube vai me ajudar a me readaptar mais rapidamente e, consequentemente, a fazer um bom trabalho.
Ao longo da sua carreira, você já viveu situações semelhantes de reconstrução de equipes na Série B. O que o torcedor do América pode esperar do seu trabalho nessa retomada?
Pode esperar um Enderson que vai trabalhar e se dedicar bastante em prol do América. Depois do meu último trabalho aqui, tive diversas passagens por grandes clubes, não só no Brasil, mas também no exterior. Todo esse aprendizado me fez crescer como profissional e como pessoa. O torcedor pode ter a certeza de que não faltará entrega e trabalho por parte de todos.
Quais foram os maiores desafios encontrados ao assumir o elenco neste momento da competição? Existe um trabalho psicológico forte para recuperar a confiança do grupo?
Claro que todo treinador prefere iniciar seu trabalho no começo da temporada, participando de todo o processo, mas nossa situação não é de terra arrasada. Ainda temos muitas rodadas; não vejo motivos para alguém não ter confiança aqui dentro. Estamos somente a cinco pontos do nosso principal objetivo, que é o acesso. Pensando nisso, vamos trabalhar todos os dias.
(Mourão Panda)
A Série B de 2025 está bastante equilibrada. Na sua visão, o que será determinante para o América se consolidar entre os candidatos ao acesso?
É uma competição muito complicada. A palavra “equilíbrio” é a que melhor define. A diferença de pontos entre os times é sempre pequena. Nosso trabalho será, rodada após rodada, somar pontos para, ao final do campeonato, estarmos comemorando o acesso. Uma boa sequência pode mudar todo o cenário.
Muitos jogadores do elenco são jovens e com potencial de crescimento. Como você pretende trabalhar o desenvolvimento individual e coletivo desses atletas?
Sim, é um elenco com muitos jogadores de grande potencial. Não podemos olhar apenas para o curto prazo, focando exclusivamente no acesso. O América sempre revelou grandes jogadores para o futebol nacional e internacional, e agora não será diferente. Se o jogador estiver desempenhando bem, vai jogar. Não me prendo à idade do atleta.
Ao longo dos anos, seu estilo de jogo foi se adaptando às características dos elencos. Qual a ideia de jogo que pretende implementar nessa sua nova passagem pelo Coelho?
Gosto de analisar cada adversário e tratar cada jogo como uma decisão. Claro que tenho meus princípios e ideias que norteiam meu trabalho. Gosto sempre de um time competitivo, intenso, que não para de correr. Mas também busco adaptar o sistema às qualidades do elenco à disposição. Temos atletas de muito talento, e meu desafio é fazer com que essa qualidade se mostre em cada partida.
(Mourão Panda)
Por fim, qual a mensagem que você deixa para o torcedor americano que sonha em ver o time de volta à Série A em 2026?
Gostaria de deixar claro que, assim como o torcedor, queremos o melhor para o América. Nosso objetivo é o acesso, e trabalharemos muito para que isso aconteça, sempre com muito empenho, dedicação e seriedade.
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