Apesar do bom desempenho nos clássicos, irregularidade contra os “pequenos” prejudica o Atlético

Alexandre Simões e Frederico Ribeiro – Hoje em Dia
20/10/2015 às 08:04.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:08
 (PEU RICARDO)

(PEU RICARDO)

No interior mineiro é comum as pessoas dizerem que “porco magro é que suja a água”. Transportado para o universo do futebol, o ditado popular é um resumo fiel do que vive o Atlético na briga contra o Corinthians pelo título brasileiro de 2015, pois a vantagem que o time de Tite carrega, de oito pontos, é fruto de um aproveitamento superior contra os chamados “pequenos”, clubes que não fazem parte do chamado G-12.

E essa já era uma realidade das campanhas de atleticanos e corintianos antes da última rodada, quando o Timão abriu os oito pontos de frente fazendo 4 a 1 no Furacão, na Arena da Baixada, e contando, logo depois, com uma goleada com o mesmo placar do Sport sobre o Galo, na Ilha do Retiro.

O Corinthians está invicto diante dos “pequenos”. Em 15 jogos, tem aproveitamento de 87%. Diante dos adversários desse grupo, o Galo ganhou apenas 62% dos pontos disputados.

O que impressiona é que nos clássicos, o Atlético é bem mais eficiente. Nos 17 jogos contra integrantes do G-12, o aproveitamento é de 65%. Nas partidas contra esses clubes, o Corinthians ganhou 58% dos pontos.

O aproveitamento atleticano só nos clássicos é melhor que o geral na competição (65% a 63%), o que evidencia a desconcentração dos comandados de Levir Culpi em alguns confrontos contra os “pequenos”.

Experiência

O impressionante é que a história atual é a mesma vivida pelo Galo em 2012, quando teve o Fluminense como rival na batalha pelo título, que foi parar nas Laranjeiras, justamente pelo melhor desempenho tricolor contra os “pequenos”.

Nos confrontos contra essas equipes, a diferença de aproveitamento, a favor do Fluminense, foi de 81,2% a 62,5%. Já nos clássicos, o Galo foi melhor (63,6% a 57,5%). Nos jogos entre os dois, empate sem gols, no Engenhão, e um 3 a 2 para o Atlético, no Horto, resultado que diminuiu para seis pontos a diferença entre eles, a seis rodadas do fim da Série A.

Itália

O ex-jogador Casagrande, que passou seis anos no futebol italiano, onde defendeu Ascoli e Torino, diz que na Itália existe a máxima de que se conquista a Série A vencendo os pequenos.

Não é só no País da Bota. Depois do Fluminense de 2012, o Cruzeiro foi bicampeão brasileiro, em 2013 e 2014, graças ao excelente aproveitamento contra os “pequenos”. No ano passado, o time de Marcelo Oliveira ficou invicto nos 18 confrontos contra os clubes desse grupo.

O desafio atleticano nesta reta final é dar um novo rumo à história do Brasileirão de 2015, mostrando que é possível sim levantar a taça, mesmo vivendo a síndrome de “Robin Hood”.

 

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