Após acusações de John Textor, associação de árbitros defende paralisação do Brasileirão
Elite da arbitragem brasileira, no entanto, não deve parar o campeonato
Dono da SAF do Botafogo deu depoimento à CPI da Manipulação nessa segunda-feira (22) (Reprodução/ Botafogo)
Após as denúncias feitas por John Textor, dono da SAF do Botafogo, sobre supostas interferências e manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2022 e 2023, a Associação Nacional de Árbitros (ANAF) emitiu uma nota oficial nesta terça-feira (23) defendendo a paralisação da competição.
O dono da SAF do alvinegro carioca questionou, em depoimento à CPI da Manipulação, no Senado, o uso do VAR em um jogo Palmeiras x Vasco, na temporada passada. O dirigente voltou a afirmar que há manipulação de resultados no futebol brasileiro.
Segundo a entidade, o campeonato está em xeque depois das acusações de Textor. “Os árbitros precisam se unir e paralisar o Campeonato Brasileiro. Não há outro caminho: é preciso parar o Brasileirão 2024 antes que façam o VAR virar caso de polícia".
Salmo Valentim, presidente da Anaf, defendeu que o principal responsável seria Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele ainda aproveitou para denunciar que a entidade não estaria pagando a arbitragem feminina em torneios nacionais.
"Tudo isso é graças a um show de horrores onde o protagonista principal é o ex-afastado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que anda mais preocupado com o seu volumoso salário na entidade, do que, por exemplo, pagar as árbitras que estão trabalhando de graça para a CBF”, destacou o presidente.
Paralisação não deve ocorrer
Apesar de ter sido fundada em 1997, a Anaf não representa a elite da arbitragem brasileira. No ano passado, foi criada a Abrafut (Associação de Árbitros de Futebol do Brasil), que tem como presidente o árbitro assistente Marcelo Van Gasse, que esteve nas Copas do Mundo de 2014 e 2018, e como vice Anderson Daronco.
A nova associação já se posicionou abertamente contra as acusações de Textor, mas tem boa relação com a CBF, inclusive participando de reuniões com o chefe da comissão de arbitragem, Wilson Luiz Seneme.
Veja na íntegra a nota da Anaf:
“OS ÁRBITROS PRECISAM SE UNIR E PARALISAR O CAMPEONATO BRASILEIRO; COMPETIÇÃO ESTÁ EM XEQUE APÓS ACUSAÇÕES DE TEXTOR QUE COLOCAM O VAR SOB SUSPEIÇÃO.
Não há outro caminho: É PRECISO PARAR O BRASILEIRÃO 2024 antes que façam o VAR virar caso de polícia. Tenho recebido inúmeros telefonemas de árbitros insatisfeitos e já há um volumoso grupo que deseja, em protesto ao que está ocorrendo, interromper o campeonato brasileiro já nas próximas rodadas.
Tudo isso ocorre graças a um show de horrores onde o protagonista principal é o ex-afastado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que anda mais preocupado com o seu volumoso salário na entidade, do que, por exemplo, em pagar as ÁRBITRAS que estão trabalhando de graça para a CBF. Desde o ano passado, a arbitragem feminina atua sem receber em diversos torneios femininos nacionais. Isso mostra bem o retrocesso que sua gestão causa ao futebol e à arbitragem brasileira.
Eu já disse algumas vezes que Wilson Seneme é despreparado para estar no cargo que assumiu sem nenhum projeto. Aliás, qual a formação acadêmica dele?
Não precisa ser especialista no assunto para atestar que o ex-diretor de árbitros da Conmebol, demitido após pressão de alguns países, por bom senso, diante de tudo o que estamos vendo e vivendo, no mínimo deveria ser afastado. Ele não tem comando e fez a arbitragem brasileira chegar ao fundo do poço, sendo exposta no Senado Federal por um dirigente inconsequente que mesmo sem provas, insiste em dizer que o Brasil possui árbitros que manipulam resultados. Isso põe não só o VAR sob suspeição, como pode gerar sérios prejuízos à imagem da arbitragem.
Pelo bem do futebol, o BRASILEIRÃO precisa ser paralisado! E uma boa parcela de árbitros está disposta a dar esse grito de liberdade por não aguentarem mais tamanha indiferença e pouco caso por parte do presidente da CBF que em respeito ao futebol deveria ter vergonha na cara e renunciar!
*Estagiário sob supervisão de Angel Drumond
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