Após 'custar' cerca de R$ 35 milhões em dois anos, Edílson pode sair de graça do Cruzeiro

Alexandre Simões e Guilherme Piu
@oalexsimoes e @guilhermepiu
04/01/2020 às 16:10.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:11
 (Vinnicius Silva/Cruzeiro)

(Vinnicius Silva/Cruzeiro)

O “Caso Edílson” é o melhor exemplo de como a gestão Wagner Pires de Sá, com a colaboração de Itair Machado, vice-presidente de futebol, e Sérgio Nonato, diretor-geral, jogou o Cruzeiro no buraco, pois o jogador pode custar, direta e indiretamente, cerca de R$ 35 milhões ao clube em apenas dois anos. Em entrevista à Rádilo Liberdade, da Rede Pampa, em Capão da Canoa, cidade que fica a 140 quilômetros de Porto Alegre, o lateral-direito cruzeirense deixou evidente, embora não tenha cravado, que seu retorno ao Grêmio é sim uma realidade.

Ele estava acompanhado do seu procurador, Gilmar Veloz, que revelou inclusive ter recebido um telefonema da diretoria cruzeirense, antes de o Núcleo Dirigente Transitório assumir, informando que os jogadores com salário mais alto deveriam procurar um clube, pois a realidade do clube seria outra com a queda à Série B, que aconteceu num momento de grave crise financeira.Vinnicius Silva/Cruzeiro

Com salário muito acima do teto estipulado pelos novos dirigentes do Cruzeiro, Edílson dificilmente permanecerá no clube, que pode ter um grande prejuízo em todo negócio envolvendo sua vinda do Grêmio, em 2018

Edílson disse que se apresenta a Adilson Batista na próxima segunda-feira (6), na Toca da Raposa II, mas que seu futuro é incerto. Seu procurador fez questão de ressaltar que o jogador deixou o Grêmio pela porta da frente, no início de 2018, e que tem boa relação com todos no clube.

Isso facilitou inclusive vários contatos feitos pelo próprio jogador, com integrantes da comissão técnica gremista e dirigentes. Em determinado momento da entrevista, Edílson ressalta inclusive que tem casa em Porto Alegre. Agora, para sua volta ao tricolor gaúcho se concretizar, ele precisa acertar sua vida com o Cruzeiro.

Isso porque o jornalista Eduardo Gabardo, do Zero Hora, informou em sua coluna no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, na última sexta-feira (3), que o Grêmio não aceita pagar nada por Edílson. Tem interesse no jogador apenas se ele estiver livre no mercado, com o clube precisando só pagar seus salários. Nem envolver jogador para conseguir sua liberação o tricolor gaúcho quer.

Contas

O custo de R$ 45 milhões de Edílson vem de uma conta simples de ser feita. Pelos dois anos na Toca da Raposa II, o lateral-direito recebeu de salários cerca de R$ 13 milhões, sendo que parte desse valor ainda é devido pelo clube, que está em atraso com os atletas.

Para contratar Edílson, em janeiro de 2018, o Cruzeiro deu ao Grêmio 30 dos 40% que tinha do atacante Alisson, avaliado segundo o site Transfermarkt em R$ 18 milhões. Assim, a parte cedida pela Raposa ao tricolor gaúcho seria de R$ 5,4 milhões.

Ainda no negócio, foi para Porto Alegre o garoto Thonny Anderson, promessa da base cruzeirense. Dos 70% que o Cruzeiro detinha de seus direitos econômicos, foram repassados 30% ao Grêmio, que depois pagou mais R$ 500 mil por outros 20%, como previa o contrato, ficando com 50% do atleta.

Nos próximos dias, esses 50% que o Grêmio tem de Thonny Anderson, que na última temporada foi campeão da Copa do Brasil defendendo o Athletico-PR, por empréstimo, devem ser vendidos ao Red Bull Bragantino por algo entre R$ 15 e R$ 18 milhões.

Se forem somados os R$ 13 milhões que o Cruzeiro gastou de salários com Edílson, mais os R$ 5,4 milhões dos 30% de Alisson e considerados R$ 16,5 milhões pelos 50% de Thonny Anderson, chega-se a cerca de R$ 35 milhões.

Este seria o custo de Edílson ao Cruzeiro. E agora, para ficar livre do seu alto salário, cerca de três vezes superior ao teto de R$ 150 mil estipulado pelo Núcleo Dirigente Transitório, o clube pode ser obrigado a liberá-lo de graça.

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