Após decepção, CBAt lança plano para 2016 e evita pressão no Mundial

Gazeta Press
30/07/2013 às 17:50.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:31

Na tentativa de evitar que a decepção dos Jogos Olímpicos de Londres-2012 se repita no Rio de Janeiro-2016, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) lançou um plano de desenvolvimento na manhã desta terça-feira (30). A menos de duas semanas do início do Mundial de Moscou, a entidade ainda procurou evitar a pressão sobre os atletas.

Diante do rendimento abaixo do esperado de estrelas como Fabiana Murer e Maurren Maggi, o Brasil voltou de Londres sem medalhas, o que não acontecia desde a edição de Barcelona-1992. Empossado em 2013 como sucessor de Roberto Gesta de Melo no comando da CBAt, José Antônio Martins Fernandes adota um discurso progressista.

"É claro que sair das Olimpíadas em medalhas não é bom politicamente. Estamos assumindo com uma proposta nova e precisamos focar em 2016, quando teremos uma responsabilidade muito maior de tentar alcançar outros rumos", afirmou o dirigente, que prioriza o aumento do número de praticantes da modalidade.

A CBAt promoveu uma entrevista coletiva em sua nova sede, localizada em São Paulo, para anunciar o "Plano de Desenvolvimento do Atletismo Brasileiro 2013-1016" nesta terça-feira. O programa foi elaborado por Antônio Carlos Gomes, que adquiriu o título de doutor em Ciência do Treinamento Esportivo de Alto Rendimento em Moscou.

"É impossível fazer um atleta em três anos, o mínimo que você precisa é de oito. Dentro de um plano emergencial, vamos priorizar os integrantes do top 20 (nas diferentes modalidades) e oferecer condições para que eles consigam algo significativo em 2016", disse Gomes, superintendente de alto rendimento da CBAt.O programa, distribuído à imprensa na sede da entidade, contempla uma série de medidas, como criação do centro de alto rendimento, de núcleos de seleção e desenvolvimento de talentos e do ranking brasileiro de treinadores, entre outros projetos.

"Estamos colocando vários vetores em ação para mexer com a cultura do atletismo. Quem sabe o resultado possa acontecer em 2020 ou 2024. Para 2016, a ideia é colocar o máximo possível de atletas em finais", disse Gomes, que também citou o plano de contratar técnicos estrangeiros para modalidades em que o Pais não tem tradição.

O orçamento anual da CBAt, de acordo com o seu presidente, é de R$ 25,5 milhões - 22 milhões da Caixa Econômica Federal, patrocinadora master da entidade, e R$ 3,5 milhões repassados pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) por meio da Lei Agnelo/Piva.

A menos de duas semanas do Mundial de Moscou, com início previsto para 10 de agosto, a ordem é conter a expectativa. "Não queremos sobrecarregar os atletas. O negócio é ter o máximo de finalistas", repetiu Gomes. Ele citou o salto com vara, o revezamento 4x100m feminino e o salto em distância masculino como principais esperanças de pódio.

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