Após escândalos de corrupção e prisões, Fifa elege o sucessor de Blatter

Hoje em Dia*
26/02/2016 às 07:42.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:35

ZURIQUE (Suíça) – O sucessor de Joseph Blatter será escolhido nesta sexta-feira, em Zurique, mas além da questão de saber quem levará a melhor entre os dois favoritos, o xeque Salman e Gianni Infantino, o que está em jogo é a capacidade do vencedor de tirar a Fifa da maior crise desde sua criação, em 1904.

Há nove meses, a organização que rege o futebol mundial vem sendo abalada por uma tsunami de escândalos, com dirigentes presos e revelações bombásticas das investigações lideradas pela Suíça e os Estados Unidos.

O desafio do novo presidente será fazer com que a palavra Fifa possa ser pronunciada sem remeter necessariamente a problemas de corrupção. Uma tarefa das mais árduas, quando ainda pairam dúvidas sobre atribuição das sedes das próximas Copas do Mundo, na Rússia, em 2018, e no Catar, em 2022.

O sul-africano Tokyo Sexwale, um dos cinco candidatos, com chances quase nulas de ser eleito, resume a situação desta forma: “estamos aqui pela Fifa, uma casa danificada, que precisa de reparos”.

O Príncipe jordaniano Ali, outro que deve ser mero coadjuvante na eleição, depois de levar Blatter ao segundo turno em maio do ano passado, deixou claro que “é preciso restaurar a confiança na Fifa”.

O quinto candidato é o francês Jérôme Champagne, que já foi secretário-adjunto da Fifa, tampouco deve ter condições de se intrometer no duelo Salman-Infantino.

O novo presidente será eleito pelas 209 federações da entidade, que têm direito a um voto cada uma. Ou seja, o Brasil, pentacampeão mundial, tem o mesmo peso de Djibouti, último país do ranking da Fifa.

A votação deve começar por volta de 14h00 no horário local (10h00 no horário de Brasília).

Peso africano

A CAF (Confederação Africana de Futebol) confirmou apoio ao xeque Salman bin Ebrahim al-Khalifa, do Bahrein, na eleição para a presidência da Fifa, marcada para esta quinta (26), em Zurique, na Suíça.

Em entrevista coletiva, o primeiro vice-presidente da CAF, Suketu Patel, de Seychelles, disse que há um consenso sobre o candidato bareinita entre todas as 53 federações africanas presentes ao congresso da CAF.

Discutimos dois temas, as reformas da Fifa e os candidatos à presidência. Apoiamos o xeque Salman, pensamos que é a pessoa que se interessa por nossas preocupações”, afirmou Patel.

A CAF já havia sinalizado no começo de fevereiro o apoio ao xeque Salman, entretanto o Sudão do Sul manifestou que não seguiria a orientação e se mostrou inclinado a votar no suíço Gianni Infantino.

“É isso que sei sobre as federações de todas as regiões da África; penso que será um voto em bloco. Isto é o importante. Se serão 53 ou 50 não tem grande importância”, avaliou.

Além do xeque Salman bin Ebrahim al-Khalifa e de Infantino, o príncipe da Jordânia Ali bin al-Hussein, o francês Jérôme Champagne, e o sul-africano Tokyo Sexwale também disputam o pleito.

(*Com Folhapress e AFP)

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