O bicampeão olímpico e mundial Mo Farah teve sua participação confirmada nesta sexta-feira (26) na etapa de Lausanne da Diamond League, em 9 de julho, quando o astro britânico disputará a sua primeira competição depois de ter o seu nome envolvido em uma grande polêmica sobre doping.
Os organizadores do evento suíço anunciaram que o fundista britânico estará presente na prova dos 5.000 metros, depois de o corredor ter desistido de participar da etapa de Birmingham da Diamond League, em 7 de julho, alegando desgaste por conta da acusação de doping que recai sobre o seu técnico, Alberto Salazar.
A última competição disputada por Farah foi em 30 de maio, no Oregon, nos Estados Unidos, onde o astro britânico ficou com a medalha de ouro da prova dos 10.000 metros com o tempo de 26min50s97.
Há uma semana, o corredor afirmou, por meio de um comunicado, que nunca ingeriu substâncias proibidas e nem nunca usará para ter vantagem nas pistas de atletismo. Campeão dos 5.000 e dos 10.000 metros da Olimpíada de 2012 e depois vencedor das mesmas provas no Mundial de 2013, em Moscou, Mo Farah passou a se tornar alvo de uma grande polêmica após o jornal Daily Mail revelar que o consagrado atleta faltou a dois testes antidoping antes dos Jogos de Londres, em 2010 e 2011.
Para completar, uma reportagem publicada pela ProPublica, organização norte-americana especializada em jornalismo investigativo, e pela BBC acusava Alberto Salazar de estimular o doping entre seus atletas no Nike Oregon Project, nos Estados Unidos. Ele foi acusado por Steve Magness, seu ex-assistente, de violar as regras antidoping e de encorajar o uso de substâncias ilegais de corredores, como Galen Rupp, medalha de prata nos 10.000 metros em Londres-2012. O treinador e Rupp negam as acusações.
Na semana passada, Farah ainda destacou que as suas faltas a dois testes antidoping ocorreram com autorização das autoridades do atletismo e que "nunca houve qualquer sugestão de que estas (ausências) foram nada mais do que simples mal-entendidos".
O diário Daily Mail publicou na última quinta-feira que o corredor não compareceu a um teste antidoping no início de 2010, antes de se unir a Salazar, que teve seu nome citado em um recente documento divulgado pela BBC que o relacionava a supostas práticas de dopagem. Já a segunda falta a um teste, segundo completou o tabloide britânico, ocorreu em fevereiro de 2011, quando o corredor alegou não ter escutado a campainha de sua casa quando procurado para ser submetido ao exame.
O Daily Mail afirmou que teve acesso a documentos oficiais que mostravam que Farah e sua equipe de atletismo apelaram ao Ukad, organismo britânico antidoping, para não ter de fazer o segundo teste antidoping que ele acabou não realizando.
Preocupada com denúncias envolvendo Salazar, a federação britânica de atletismo revelou que irá investigar o histórico médico de Farah. A entidade teme que as denúncias manchem a reputação do corredor e pretende apurar "amostras de sangue, informações sobre suplementos e tudo que envolve tratamentos médicos" de Farah. "Precisamos ter certeza de que não há nada lá que não tenhamos visto", declarou Ed Warner, presidente da entidade britânica.
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