Após quase cinco anos, Marcelo Veiga deixa o Bragantino

Agência Estado
09/08/2012 às 15:06.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:19

O Bragantino decretou o fim de uma era, nesta quinta-feira (9). Depois de quase cinco anos à frente do clube, o técnico Marcelo Veiga não resistiu à derrota para o lanterna Ipatinga, por 2 a 0, na terça-feira, pela Série B do Campeonato Brasileiro, e pediu demissão. Depois de cinco anos dirigindo a equipe, em fato incomum no futebol brasileira, Veiga deixa o clube de Bragança Paulista.

O novo técnico da equipe também já está definido. Será Roberto Cavalo, que se desligou do Oeste, que disputa a Série C, e deve se apresentar, nesta sexta-feira. "Nós tivemos uma conversa e ele pediu um tempo para se 'reciclar'. Agora, vamos atrás de um substituto", revelou o presidente do Bragantino, Marco Chedid, que foi o "último dos moicanos" na defesa do treinador.

Veiga estava totalmente desgastado e não tinha mais apoio dentro do clube, de jogadores e funcionários, e até de membros da comissão técnica. Nesta tarde de quinta, Veiga se despediu do elenco. "Os resultados foram ruins e a cobrança foi muito grande. E desta vez a corda estourou", explicou Veiga, que tinha recebido um xeque-mate de Chedid na quarta-feira.

Marcelo Veiga viu a pressão por resultados aumentar após a derrota para o Ipatinga. Isso porque o grande objetivo traçado por Chedid era o acesso, mas, depois de 16 jogos, o time corre risco de rebaixamento.

Com um aproveitamento de apenas 31,2%, a equipe figura na 16.ª colocação da Série B, com 15 pontos. No entanto, pode cair para a degola com o complemento da 16.ª rodada. Para isso, basta o ASA, primeiro na zona de rebaixamento, vencer o Guarani, sexta-feira, em Arapiraca.

'FERGUSON DO INTERIOR' - Na história recente do futebol brasileiro, Veiga era o treinador mais longevo em um clube. Em dezembro deste ano, o técnico chegaria aos cinco anos e quatro meses à frente do Bragantino, marca que quebraria o recorde do falecido Telê Santana, que é de cinco anos e três meses no São Paulo na década de 90.

Por estes números, ele ficou conhecido como "Alex Ferguson do Interior", em alusão ao treinador escocês, que está há 26 anos à frente do Manchester United. Nas três passagens pelo clube (2004 a 2005, 2006 a 2007 e 2007 a 2012), Veiga comandou o time em 390 partidas, completadas justamente na derrota para o Ipatinga. Havia uma grande expectativa de que o treinador chegasse ao jogo de número 400, o que aconteceria contra o América-MG, pela 26.ª rodada da Série B.

Nestes 390 jogos, o técnico conseguiu manter um aproveitamento regular de 47,4%. Foram 151 vitórias conquistadas, além de 102 empates e 137 derrotas. Sob o comando do treinador, o Bragantino anotou 585 gols e sofreu 505.

Veiga também conseguiu muitos feitos pela equipe de Bragança Paulista. Entre eles, o acesso da Série A-2 para a A-1 em 2005; o vice-campeonato da Copa Federação Paulista de Futebol de 2006, competição que classificou o Bragantino para a disputa da Série C do Brasileiro de 2007; além do título da Série C do Brasileiro de 2007, que valeu o acesso para a Série B de 2008.

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