(Vinnicius Silva/Cruzeiro)
Vinnicius Silva/Cruzeiro
O atacante camaronês Joel viveu dias intensos por problemas detectados em um exame cardíaco durante passagem pela seleção de seu país. Por isso o jogador viveu a grande incerteza se voltaria ou não a exercer sua atividade profissional.
No entanto, após meses de muitos exames e análises médicas apropriadas, Joel foi liberado para voltar a jogar futebol. E entrou em campo na vitória de virada por 2 a 1 sobre o Corinthians, no último sábado, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Em entrevista na Toca II o doutor Sérgio Campolina, diretor do departamento médico do Cruzeiro, explicou o que aconteceu com Joel.
"A seleção de Camarões tem um protocolo um pouco diferente de todos os times e seleções mundiais, por questões de seguro da federação. Os atletas têm que fazer um exame a mais do que os que são feitos de rotina. E nesse exame a mais foi observada uma alteração nas artérias do coração do Joel, um posicionamento anômalo da artéria. Como a seleção teve um caso recente de um óbito, ele (Joel) foi cortado por causa desse problema", explicou se referindo à Copa Africana de Nações, não disputada pelo jogador.
E para decidir pelo retorno de Joel às suas atividades laborais foi necessário uma bateria de exames em locais extretamente conceituados nos assuntos relacionados à cardiologia.
"O Joel, ao ser reintegrado ao grupo, nós tivemos o cuidado de fazer uma avaliação em dois dos maiores centros de cardiologia esportiva do Brasil e da América Latina, o Hospital Albert Einstein e o Instituto Dante Pazzanese. Com o laudo deles, que são referências em suas áreas, nós reintegramos o Joel ao grupo. Para nós foi uma vitória maior do que uma cirurgia, por causa da situação que foi colocada para o Joel, de aposentadoria, de parar de jogar. Nós ficamos muito felizes em poder dar essa notícia para ele e trazê-lo de volta para o grupo", disse.
Justamente por esse risco que correu, já que poderia ter sido impedido de continuar jogando futebol, Joel comemorou muito o seu retorno.
"O processo foi um pouquinho difícil para mim. Fiquei de três semanas a um mês à espera dessa definição. Fiquei andando de cardiologista para cardiologista para ter várias opiniões. Fico feliz que deu tudo certo. No final recebi o laudo de nada menos que o Dr. Nabil, um dos cardiologistas mais reconhecidos, mais experientes nessa área, do Brasil. Recebendo este laudo, tirou qualquer dúvida, qualquer tipo de incerteza. Para mim foi uma vitória", contou, citando o que sentiu quando foi liberado novamente para atuar.
"Para mim foi uma vitória. Depois das todas as notícias, as repercussões. O fato de ter entrado em uma vitória fora de casa, para mim, parecia que eu estava sonhando. A gente realmente precisava. Entrar num jogo desse tamanho, desse porte, para mim foi uma vitória. Poder voltar ao Cruzeiro e ser mais um para ajudar o time a sair dessa situação é uma satisfação muito grande", frisou.