(Bruno Cantini/Atlético)
Após o vazamento do balanço de 2019, antes mesmo de chegar às mãos de conselheiros do Atlético, o presidente do clube Sérgio Sette Câmara deu as caras e o posicionamento do alvinegro foi publicado nesta sexta-feira (29).
O teor do balanço, publicado em primeira mão pelo Globoesporte.com, na noite destaa quinta (28), caiu na boca do povo e foi o principal assunto esportivo do dia nas redes sociais. Muitos torcedores, inclusive, cobrando transparência da diretoria.
Desde que assumi, o objetivo é organizar e enfrentar os desafios do passado para um grande futuro do Galo. Vazaram uma parte do balanço que foi amplamente divulgada com uma interpretação equivocada. Pergunto: a quem interessa?", publico Sette Câmara no Twitter.
Confira a carta aberta feita pelo Atlético, publicada no site oficial do clube:
Gostaríamos de esclarecer que, quando esta diretoria assumiu o Clube, nossa dívida líquida era de R$ 538 milhões, valor este publicado no balanço auditado de 2017. Essa dívida corrigida em 31/12/2019, pelo CDI, atingiria um montante de R$ 630 milhões, ou seja, apenas com o efeito financeiro produzido pela correção monetária, sem considerarmos os juros contratuais.
Dessa forma, o endividamento líquido atual de R$ 656 Milhões nada mais é que a evolução da dívida anterior, corrigida pelas taxas de mercado e juros contratuais. Esses valores podem ser facilmente verificados na publicação de nossos demonstrativos.
Vale salientar que, se o Clube, nos dois últimos anos, não tivesse que pagar compromissos anteriores com impactos significativos no Balanço, teria conseguido amortizar a dívida que nosso balanço apresenta. Os valores, só em 2019, atingiram um montante de R$ 34 milhões, valor que nos impediu de amortizar nossa dívida bancária.
Resultado Financeiro
O Resultado do Clube, apesar de deficitário, foi o segundo melhor dos últimos 16 anos, registrando um déficit de R$ 5,7 milhões. É claro que o resultado não é satisfatório, entretanto, o impacto financeiro das mudanças que estão sendo implementadas não tem um reflexo imediato.
Algumas conclusões sobre o Mercado:
Dos 17 clubes comparados, 6 melhoraram sua performance, sendo que o CAM foi um deles.
Oito clubes dos 17 apresentaram resultados que variam de +6 a -6 milhões, ou seja, perto do ponto de equilíbrio, faixa em que se situa o CAM.
Apenas quatro clubes apresentaram resultados positivos que variam de 22 a 63 milhões.
Por outro lado, quatro clubes apresentaram resultados negativos que oscilaram de R$ -21 a R$ -394 milhões, sendo que, este último, fez que a média dos resultados dos últimos 10 anos fosse a pior da história em todo futebol brasileiro da Série A.
O trabalho publicado pela EY nesta data (Análise-Financeira-Geral-2019) apresenta um comparativo rico em informações dos principais clubes brasileiros e nos dá a correta visão de onde estamos e onde poderemos chegar. Uma visão técnica e isenta, sem nenhum viés politico, que tem apenas o objetivo de informar e deixar claro para todos o posicionamento de cada clube no atual momento do futebol brasileiro.
O Atlético entende que a indústria do futebol está em processo constante de transformação e que, para poder continuar competitivo, deve buscar melhorar a governança e os processos de gestão.
Com a ajuda da Consultoria EY, o Atlético está em processo de estruturação de um planejamento estratégico de longo prazo, que possibilite alcançar resultados esportivos de forma equilibrada e sustentável.
Além da EY, o Clube Atlético Mineiro também contratou a consultoria Falconi, para suportar na estrutura organizacional, e a ICTS, em projeto de Riscos e Compliance.
O objetivo que vem sendo perseguido por esta gestão é ter um clube forte e organizado, para enfrentar os desafios do presente e do futuro.
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