Daiane dos Santos é uma ex-ginasta desde o início do ano, mas continua esbarrando nas dificuldades do esporte. Campeã mundial do solo dez anos atrás, a gaúcha de 30 anos tem se dedicado a montar um projeto social, em três cidades (São Paulo, Porto Alegre e Rio) para revelar talentos na modalidade que a projetou. Mas faltam patrocinadores.
"Estou trabalhando mais do que quando eu era atleta", diz a ex-ginasta. "Agora estou em uma briga ferrenha para conseguir aparelhar ginásios, porque a estrutura, o local, a gente já tem. Mas falta material, faltam aparelhos. Estamos em busca de um parceiro de patrocínio para conseguir comprar aparelhos."
Daiane competiu pela última vez na Olimpíada de Londres, em agosto do ano passado. Depois, passou por uma cirurgia no joelho e, com o fim de seu contrato com o Clube Pinheiros, em dezembro, encerrou a carreira.
A vontade de trabalhar como gestora não é recente. "Sempre quis trabalhar com projeto social. Já tinha pensado em tudo antes, mas colocar a ideia em prática é bem complicado. Queria estar junto, ser parceira, então preferi esperar, terminar a carreira realmente, para organizar, montar uma equipe. Quero ter um exemplo de projeto", conta.
A intenção de Daiane é revelar novos talentos para a ginástica artística, modalidade que apenas no ano passado conquistou a primeira medalha olímpica para o Brasil - o ouro com Arthur Zanetti, nas argolas. "Quero tentar fazer o maior número de núcleos para a ginástica no Brasil, que é o que a gente está precisando. A ideia é trabalhar só com a base, meninos e meninas, mas não com o alto rendimento", explica. Mas seu trabalho ficará mesmo restrito à administração. Trabalhar diretamente com os atletas, nem pensar. "Nunca quis ser técnica."
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