Arábia Saudita diz que não jogará em Ramallah e Palestina lamenta

Estadão Conteúdo
03/11/2015 às 18:03.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:19

A Associação Palestina de Futebol (PFA, na sigla em inglês) emitiu comunicado nesta terça-feira (3) para lamentar a decisão da Arábia Saudita de se recusar a jogar em Ramallah a partida das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 marcada para a próxima quinta-feira. O jogo seria o primeiro oficial da seleção da Palestina em seu território e só foi alterado para Ramallah pela Fifa quando a entidade máxima do futebol recebeu garantias de segurança, indo contra ao veto inicial dos sauditas.

"Sentimos profundamente pela decisão da Associação de Futebol da Arábia Saudita de não jogar contra a equipe da Palestina. Eles (os sauditas) são totalmente responsáveis por tomar essa decisão. Não queríamos chegar a este ponto. Oferecemos a eles opções para evitar passar por postos de controle israelenses", disse Abu Salim, vice-presidente da PFA.

A Arábia Saudita teria se recusado a enfrentar a Palestina em Ramallah alegando questões de segurança. Aliados históricos da causa palestina, os sauditas temem retaliações de Israel na passagem pelos postos de controle, uma vez que são os israelenses que controlam as entradas e saídas da Palestina. A Arábia Saudita argumenta ainda que não tem relações diplomáticas com Israel.

A Fifa ainda não anunciou se a partida será realizada na próxima quinta-feira, com W.O. da Arábia Saudita em caso de não comparecimento, ou se vai aceitar o pedido dos visitantes para que a partida ocorra em local neutro.

No último dia 21, a entidade máxima do futebol finalmente autorizou a Palestina a sediar no seu território a partida uma partida da sua seleção nacional. A decisão foi tomada pela nova comissão da Fifa para supervisionar as Eliminatórias da Copa do Mundo e foi considerada uma vitória diplomática de Joseph Blatter, o suspenso presidente da Fifa.

Antes de ser afastado do comando da entidade por 90 dias pelo seu comitê de ética, Blatter realizou negociações em Zurique após a federação saudita inicialmente se recusar a jogar em Ramallah, no dia 13 de outubro.

Já naquele momento as autoridades palestinas acusaram a Arábia Saudita de terem adotado uma cautela exagerada ao se recusarem a passar pelo território de Israel por questões de segurança para disputar o jogo. A Fifa originalmente mudou o palco do jogo para a Jordânia. Depois, voltou o jogo para a Palestina após receber garantias de segurança.

"A Associação de Futebol da Palestina deu garantias de total segurança para a partida remarcada e Fifa concordou em nomear um oficial de segurança que vai trabalhar lado a lado com as autoridades da Palestina para supervisionar o plano de segurança e garantir que a partida seja jogada em condições muito boas", anunciou a Fifa em comunicado oficial no dia 21.

O jogo é válido pelo Grupo A da segunda fase das Eliminatórias Asiáticas, liderado pela Arábia Saudita com 12 pontos - a Palestina é a terceira colocada com cinco. O primeiro colocado se classifica para a terceira fase do torneio classificatório, assim como os quatro melhores dos oito segundo colocados.
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