O procedimento é rápido e aparentemente simples. Em menos de cinco minutos, são definidos os árbitros e assistentes que atuarão na próxima rodada do Campeonato Mineiro.
Doze bolas, divididas entre pares e ímpares, são colocadas no globo da sorte. Depois de alguns giros, o equipamento volta à posição de origem, e vem o resultado. “Número 22”, anuncia José Eugênio, presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF).
Naquela tarde de quinta-feira, 11 de abril, as 20 testemunhas no salão do Tribunal de Justiça Desportiva de Minas Gerais da FMF ficam sabendo quem serão os responsáveis por conduzir seis confrontos da décima rodada do Módulo I, além de outros dois que darão início ao quadrangular final do Módulo II.
“Salvei meu mês”, comemora um dos árbitros escalados, enquanto zomba de um colega. O motivo? Sobrou para ele ser quarto árbitro no interior.
Apesar da surpresa demonstrada pelo sorteado, a forma como a escala é montada deixa uma certeza: os nomes previamente selecionados têm presença praticamente garantida na rodada. O que pode mudar é apenas a partida em que vão trabalhar.
Separados por colunas (1 e 2), são designados dois trios de arbitragem para cada jogo. No entanto, os mesmos candidatos figuram nas duas listas, em jogos alternados. Desse modo, não há como se ter “azar”, independentemente de qual coluna for sorteada.
O campeão
Diante disso, pode-se concluir que ninguém tem mais sorte do que Émerson de Almeida Ferreira (CBF). Neste domingo (21), ao dar o apito inicial para América-TO x Caldense, às 16h, em Teófilo Otoni, ele completará o 12º jogo, em 11 rodadas do Módulo I. A façanha se tornou possível porque ele foi escalado para dois combates da primeira e sétima rodadas, ambas desmembradas.
Na conta do juiz, ainda consta o duelo Uberlândia 1 x 1 Patrocinense, pela oitava rodada do Módulo II. Ferreira só não foi agraciado para o complemento da terceira rodada. Mas a ausência é facilmente justificada: o árbitro não participou do sorteio, em 21 de fevereiro.
Do contrário, teria grande chance de levar mais essa, devido ao seu histórico de sorte. “Fazemos um rodízio. Mas, aqueles que sobressaem, trabalham mais”, justifica José Eugênio.
Preferências
Os números, porém, dão margem para outra interpretação. Dos 66 jogos até o momento, não se pode dizer que houve o tal revezamento, alardeado pelo mandatário da Comissão de Arbitragem.
As 11 rodadas foram pulverizadas entre 12 árbitros, sendo que cinco deles trabalharam em 45 confrontos, o que corresponde a 68,2% dos jogos.
“São escolhidos para o sorteio aqueles que se encontram em um nível melhor”, argumenta o chefe da arbitragem em Minas Gerais.
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