A força econômica dos clubes do interior mineiro pode não rivalizar com a de paulistas e cariocas mas, nem por isso, faltam jogadores conhecidos e figurinhas carimbadas, a grande maioria em fase já avançada na carreira, mas dispostos a mostrar que ainda têm muita lenha para queimar nos gramados. E a edição deste ano do Estadual promete uma disputa à parte por um feito que não vale troféu, mas é sempre bem-vindo em qualquer currículo: a condição de artilheiro.
Nesse aspecto, ao menos, o nível técnico da competição será elevado. Afinal, gente com faro de gol apurado não falta, e não apenas nos grandes. O vice-campeão Atlético conta com um trio de dar inveja: o argentino Lucas Pratto, Fred e Robinho que, embora seja mais um armador do que um definidor, foi quem mais balançou as redes em 2016 (9 gols). O Cruzeiro não fica por menos e aposta em Ábila, Rafael Sóbis e no recém-chegado Thiago Neves, com retrospecto de rara eficiência especialmente nas bolas paradas e nas conclusões de longa distância.
"CR7" NO TUPI
Mas a lista de candidatos é maior. O Tupi conta com o folclórico Flávio "Caça-Rato" (o CR7 de Pernambuco), que ganhou destaque no Santa Cruz e, nos diversos clubes pelos quais passou, confirmou a fama de matador. A seu lado, no ataque do Galo Carijó, está Jajá, ex-Cruzeiro. O Uberlândia aposta em outro jogador que já vestiu a camisa celeste: Reinaldo Alagoano. De volta à elite, o América-TO aposta no igualmente folclórico Somália, 39 anos, revelado pelo América e com passagens por Fluminense, Santos, Grêmio e Feyenoord, da Holanda.
Na Caldense, destaque para um velho conhecido da torcida da Veterana: Cristiano, goleador do time na campanha do vice-campeonato de 2015. O Tricordiano, agora comandado por Edinho, filho do Rei Pelé, trouxe de volta a Minas o catarinense Brandão (mais um com passagem pelo Cruzeiro), que fez sucesso na Ucrânia e na França com seus gols decisivos – defendeu o Shakhtar Donetsk, o Olympique de Marselha e o Saint-Etienne, Além deles, há sempre espaço para os azarões e promessas, sempre com um desafio: chegar às duas casas de gols marcados, o que aconteceu pela última vez em 2012, com Wellington Paulista (11 gols).