Associado será fundamental no processo de mudança do Estatuto do Cruzeiro proposto por Medioli

Alexandre Simões
@oalexsimoes
29/12/2019 às 13:28.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:07
Torcida deve, novamente, estar presente no Mineirão diante do Sport (Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Torcida deve, novamente, estar presente no Mineirão diante do Sport (Vinnicius Silva/Cruzeiro)

O associado será fundamental no processo de modernização e abertura do Cruzeiro. Isso porque Vittorio Medioli, CEO dentro do organograma do Conselho de Notáveis que assumiu a Raposa há menos de duas semanas, destacou em sua coluna deste domingo (29), no jornal O Tempo, um dos compromissos do grupo é acabar com a caixa-preta que se transformou o clube.

“O Cruzeiro não será mais uma caixa-preta, estará à disposição da fiscalização externa, até porque é a única forma de livrá-lo dos abusos, explorações, nepotismos, locupletações e desmandos”, afirma o dirigente.Vinnicius Silva/CruzeiroO associado dos clubes esportivos do Cruzeiro pode participar da Assembleia Geral, onde deve acontecer a mudança do Estatuto, mas o sócio do futebol não tem direito de participação

Dentro deste processo, Medioli destaca a busca por mudanças significativas no estatuto cruzeirense: “Modificaremos o estatuto, inserindo práticas moralizadoras e que permitam transformar o Cruzeiro numa verdadeira empresa. Isso quer dizer assumir a obrigação de auditar balanço, implementar normas de ética e procedimento, suspensão a qualquer momento de mandatos de diretoria e de presidência. Nada diferente de quanto já fizeram em países da Europa, onde o futebol vive seu momento de maior sucesso. O clube é uma associação exposta a todos os desmandos possíveis, sem dono, sem responsabilidades, fragilizada por falta de transparência e fiscalização”.

Aí é que entra o advogado. Em contato com o Hoje em Dia, o ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, que há anos é o responsável pela redação do Estatuto do Cruzeiro, afirma que o processo só acontece com uma Assembleia Geral, que só pode ser convocada pelo presidente do clube, atualmente José Dalai Rocha, ou por um pedido feito por pelo menos 1/3 dos conselheiros.

“Só a Assembleia Geral pode mudar o Estatuto do Cruzeiro. E ela é formada por todos os associados. É um processo mais aberto que a eleição do presidente do clube ou do próprio conselho, pois todos os sócios participam”, explica Gilvan.

Processo

Apesar de ser um processo mais democrático, ele não é igual. Isso porque dentro da Assembleia Geral os votos têm peso diferente: conselheiro benemérito (6), conselheiro nato (5), conselheiro eletivo (4), conselheiro suplente (2), associado (1).

Desta forma, um conselheiro benemérito, por exemplo, grupo composto apenas por quem já presidiu o clube, vale seis vezes mais que o de um associado, aquele que tem cota do Parque Esportivo do Barro Preto ou da Sede Campestre. O sócio do futebol não tem direito a voto, independentemente da categoria a que pertença ou do tempo participando do programa. Com a briga política que o Cruzeiro vive, várias correntes dentro do Conselho Deliberativo são contrárias à mudança, que provocaria a abertura do clube.

Neste processo, só a participação do associado pode ajudar o Conselho de Notáveis a implantar as mudanças.

Na Assembleia Geral, tem direito a voto o associado com pelo menos um ano nesta condição e que estiver com o condomônio em dia.

Historicamente, segundo Gilvan de Pinho Tavares, a participação é muito baixo nos processos mais recentes.
Sem dúvida, mais um desafio para os novos comandantes do Cruzeiro é fazer com que o associado do clube esteja ao seu lado na tentativa de restruturar o clube.

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