(Wagner Carmo)
Sexto colocado Mundial de atletismo disputado em agosto, em Moscou, Carlos Chinin é nome provável nos Jogos Olímpicos de 2016. No fim de um ano no qual obteve bons resultados, o decatleta brasileiro reviveu a São Silvestrinha, prova na qual teve seu primeiro contato com o atletismo. O paulistano acompanhou no último sábado (29) a versão infanto-juvenil da tradicional Corrida de São Silvestre, da qual participaram os seus sobrinhos, carregados por ele ao estádio Ícaro de Castro Mello. Se ele esteve na primeira edição da disputa, em 1994, aos nove anos, na 20ª, foi a vez de Lucas e Pedro. Com os garotos na pista, Chinin recordou a corrida realizada no Parque do Ibirapuera, quando ele tinha nove anos. O resultado não apontava exatamente um futuro atleta de ponta, mas, além da pouca idade, há, segundo o atual decatleta, uma boa explicação para isso. "Era um circuito em L. Eu estava correndo lá, sem ninguém perto de mim. Aí, olhei, as crianças estavam cortando caminho. Mas não consigo, eu fiz a volta certinho", contou ele, que acabou reencontrando o atletismo só na década seguinte, depois de se frustrar no futebol."Eu sempre gostei de correr, mas só voltei a ter noção do que era atletismo aos 17 anos. Como eu tinha impulsão e força, uma professora de educação física falou: Você não quer tentar umas provas de atletismo? Aí eu acabei fazendo todas, dei um jeito", sorriu Chinin. O decatlo tem provas de 100 metros rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura, 400 metros rasos, 110 metros com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500 metros. E tudo isso foi encontrado por ele após um acidente na piscina. "Eu passei em um teste com o Vizolli (Marcos, então técnico do futebol de base do São Paulo), estava com 16 anos. Só que pulei na piscina e rasguei o pé em um ralo que estava mais alto. A concorrência era grande, e eu resolvi abraçar a oportunidade onde ela aparecesse", contou. Ela apareceu em um time de atletismo de Guarulhos. A partir daí, evoluiu a carreira do decatleta, hoje com 28 anos. Chinin acha que poderia ter se desenvolvido melhor se tivesse se entregado antes ao atletismo, motivo pelo qual incentiva os sobrinhos e todos os garotos. "Toda criança é um atleta em potencial."