Atletas cubanos adotam luxo para desfile na cerimônia de abertura da Olimpíada

Estadão Conteúdo
28/07/2016 às 06:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:02
 (Divulgação)

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De porta-bandeira de uma ideologia a modelos da alta costura. Ganhar uma medalha olímpica para um atleta de Cuba sempre foi o reconhecimento máximo, em um país comunista onde salários são mantidos em um patamar baixo e igualitário - pelo menos para a população. Mas desde o fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos e da normalização das relações entre Havana e Washington, muita coisa começou a mudar. Inclusive para os atletas e suas roupas.

Quando os cubanos entrarem no estádio do Maracanã, no Rio, no dia 5 de agosto, para a festa de abertura dos Jogos Olímpicos, não mais estarão desfilando apenas em nome de um governo que por décadas "resistiu ao imperialismo Yankee". Desta vez também desfilarão vestido em alto estilo por um dos designers de moda mais famosos do momento: o francês com amplos negócios nos Estados Unidos, Christian Louboutin.

A Chanel já havia usado Havana como cenário nos últimos meses para fotos de suas modelos e um festival inédito na ilha comunista. Agora, é o estilista francês em parceria com a loja virtual SportyHenri, do atleta francês Henri Tai, que vai vestir e calçar os cubanos.

"Esses atletas são super-heróis que desafiam a gravidade, o tempo, as regras da física", afirmou o designer que tem seus sapatos usados em programas como Sex and the City e que até viraram título de uma música de Jennifer Lopez. Atualmente, seus sapatos estão entre os mais caros do mundo, com pares que chegam a custar US$ 6 mil (cerca de R$ 19 mil).

Os trajes incorporam elementos de tradições cubanas e referencias dos próprios esportistas do país. Para homens, camisas brancas, bermudas pretas, blazer vermelho e tênis de cano médio na mesma cor. Para as mulheres, camisas brancas, calças pretas no meio da canela, blazer branco e uma sandália vermelha com o detalhe da estrela da bandeira cubana.

"É a elegância e fluidez do movimento do corpo de alguém que tem pleno controle dele que fascina", afirmou Christian Louboutin, que ainda alerta que teve de produzir peças que coubessem em "corpos espetaculares".

As roupas, porém, não estarão à venda depois do evento no Rio. Muito menos em Havana.

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