Atlético contesta processo judicial movido por conselheiro Edison Simão: 'Ação irresponsável'

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
14/09/2017 às 16:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:34
 (Reprodução)

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O processo judicial movido pelo advogado e conselheiro Edison Simão, na 1ª Vara Cível de BH, na qual pede a anulação da reunião do Conselho Deliberativo do Atlético - que irá votar para a aprovação do projeto da Arena MRV -, recebeu a manifestação do clube mineiro na tarde de terça-feira. Nela, o Galo contesta a petição de Simão, acusando a demanda de ser "confusa", além de "irresponsável e eleitoreira".

No documento obtido pela reportagem do Hoje em Dia, o Atlético contesta os pontos emergidos pelo autor da ação. Primeiro, o clube pede a impugnação do valor da causa realizado por Simão. O conselheiro atriubui ao processo o valor de R$ 1 mil, que na visão do Galo, é "módico e irrisório" diante do valor do edital, que seria de nove dígitos (milhões).Reprodução

Edison Simão, na petição inicial, protesta quanto a validade da convocação da reunião extraordinária. Segundo o advogado e conselheiro, a convocação não fica claro e transparente a intenção de alienação do Shopping Diamond Mall. 

Para o Atlético, entretanto, Simão "falseia a verdade", e utiliza como argumento notícias da mídia que dão conta de reuniões realizadas pelo presidente Daniel Nepomuceno com grupos de conselheiros em três momentos distintos: no Hospital Mater Dei, no Sindicato da Indústria de Construção Pesada de Minas Gerais e no Automóvel Clube. Reprodução

Além disso, o Atlético cita que a venda de parte do Shopping Diamond Mall como essencial no levantamento de recursos para a construção da Arena MRV foi amplamento divulgado para os conselheiros: "referidas informações não constam não apenas de completo material didático há muito levado ao conhecimento de todos os Conselheiros do Clube, como também dos documentos técnicos mantidos no Conselho, cuja vista é objeto de expressa notificação no instumento convocatório".

Seguindo a manifestação judicial, o Atlético acusa a petição inicial de Edison Simão de conter "verdadeira confusão" e "embaralhamento". Nesta parte, inclusive, o Galo solicita a extinção da ação "em razão da sua inépcia". 

Outro ponto que o Atlético ataca o pedido de Edison Simão é o fato de ele ter ido ao Poder Judiciário para tratar de uma questão que, na visão do lado do clube, deveria ser tratada de forma interna. Neste ponto, a atitude de simão é assim adjetivada: "acaso o autor tivesse respeito pelo órgão colegiado que integra, submeteria a questão aqui judicializada ao plenário do próprio Conselho, que por seu turno deliberaria sobre a (im)pertinência da pretensão".Reprodução

PREJUÍZO
Além das questões acima citadas, a manifestação do Atlético aponta para um "expressivo potencial lesivo" da ação, tendo em vista que a tentativa de anular a reunião do dia 18 de setembro também suspenderia a promessa da MRV Engenharia de ceder o terreno onde o estádio promete ser construído, avaliado em R$ 50 milhões, contando também os R$ 60 milhões de 'naming rights' também da MRV.

Vale ressaltar que a atual diretoria do Atlético já conseguiu meios de alavancar boa parte dos recursos para alimentar o custo total da obra (R$ 410 milhões). Além da venda dos 'naming rights', há a reserva de 60% das cadeiras cativas por R$ 60 milhões ao Banco BMG e a venda de 50,1% do Shopping Diamond Mall por R$ 250 milhões. O Atlético, no documento, até cita Simão como alvo de cobrança em caso de ele ser "algoz causador do dano".Reprodução

DURAÇÃO DA SESSÃO

Edison Simão também contestou o fato de a sessão extraordinária do dia 18 ter duração de 12 horas (sendo a primeira convocação às 8h30 para o encerramento dos votos às 21h). O Atlético também classificou como improcedente tal reclamação.

Na manifestação judicial, o clube mineiro aponta outras reuniões do Conselho nas quais excederam as três horas que Simão cita como ponto do regimento interno do órgão. O Atlético ainda destaca que o conselheiro autor da ação já participou de longas reuniões "sem nunca ter promovido nenhum questionamento a respeito".

Atualização: às 17h01 desta quinta-feira (14), o juiz da 1ª Vara Cível de Belo Horizonte, indeferiu uma liminar movida pelo autor do processo.

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