Vantagem revertida. Voltando a mostrar um belo futebol, o Atlético não deu chances para o Cruzeiro e saiu vitorioso do Independência, na tarde deste domingo (12), ao aplicar 3 a 0 no rival. O placar foi construído com gols de Jô, Marcos Rocha e Diego Tardelli, mas também com uma grande atuação de Ronaldinho, que desequilibrou o embate ao conseguiu ultrapassar a boa marcação adversária.
De quebra, o triunfo deu uma confortável vantagem para o clube alvinegro, que levantará a taça do Campeonato Mineiro até mesmo se for derrotado por 2 a 0 na próxima partida entre os rivais. Os clubes voltarão a se encontrar no próximo domingo (19), no Mineirão.
À Raposa fica a esperança de ter a força de seus torcedores no próximo confronto. Porém, é preciso voltar a mostrar o bom futebol de outrora e, principalmente, melhorar seu setor defensivo, já que terá pela frente um forte Atlético, um dos clubes que melhor vem tratando a pelota no país.
Um toque de genialidade
Não há clássico sem tensão. Ela faz parte do jogo. É o principal ingrediente. É o que equilibra a partida ao anular as diferenças. Essa característica foi determinante durante os dez primeiros minutos de jogo, quando a velocidade das duas equipes foi praticamente anulada pela marcação sob pressão na saída de bola imposta pelos dois lados. Acontece que o Atlético tinha um pequeno diferencial, chamado Ronaldinho Gaúcho, que atrapalhou todo o planejamento tático da defesa do Cruzeiro.
Aos 11 minutos, o craque alvinegro recebeu uma bola cercado por três adversários. Quando se esperava uma bola tocada para algum lado, ele passou por “onde não havia espaço”. Só não fez o gol porque Fábio fechou seu ângulo de forma magistral. O problema é que no lance seguinte o arqueiro celeste não conseguiu fazer o mesmo.
Aos 14, Everton perdeu uma bola para Marcos Rocha. O lateral avançou em diagonal e tocou para Ronaldinho. De primeira, o meia-armador achou Jô no miolo da zaga celeste. De frente para o crime não tem perdão para o centroavante alvinegro, e com um toque simples ele tirou a bola de Fábio para sair para o abraço. 1 a 0.
A marcação celeste previa sempre alguém na sobra do camisa 10 alvinegro. Inteligentemente ele atraiu os cruzeirenses para a intermediária, abrindo espaços entre a defesa. Assim, conseguiu criar outras três oportunidades claras, deixando seus companheiros de “frente para o crime”.
Se defensivamente a situação não era boa para o Cruzeiro, na parte da frente o time celeste ficou vulnerável. Muito disso se deve ao adversário, que conseguiu anular a velocidade peculiar da Raposa ao trocar passes. A principal jogada era explorar as laterais alvinegras, setor que apresentava buracos. Porém, não havia aproximação, o que fez com que o time estrelado pouco produzisse na frente. Assim, desceu para o vestiário no prejuízo.
Marcação alvinegra anulou o ataque celeste (Foto: Marcelo Prates)
Vantagem revertida
A volta do intervalo trouxe duas modificações no Cruzeiro. Os dois Evertons, que estavam amarelados, deram lugar para Egídio e Ricardo Goulart. Com as substituições, veio uma mudança de postura. A Raposa pareceu mais ligada, foi bem mais ousada se comparada a outrora. Mas havia um outro lado. O Galo manteve seu ímpeto. Continuou atacando com perigo, principalmente através das rápidas saídas de bola.
Quem logo assustou foi o Atlético, com Bernard, que tentou surpreender Fábio pouco depois do rolar inicial da bola. Três minutos depois, foi a vez de Egídio ter boa oportunidade, mas parou em Victor, bem postado. Quando tudo caminhava para um jogo mais parelho, Bruno Rodrigo, que já tinha recebido amarelo na primeira etapa, foi para o chuveiro mais cedo após cometer falta em Ronaldinho, aos oito minutos.
Com a vantagem “material”, o Atlético passou a sufocar o adversário em seu campo, deixando o Cruzeiro com poucas opções para sair em ofensiva. Quando chegava, era através de chutes de longe, como o “petardo” que Diego Souza acertou aos 14 minutos. A pelota carimbou a trave assustando Victor.
Para chegar ao gol rival, o Atlético contava com a movimentação de seus quatro homens de frente. Às vezes, outros jogadores se juntavam ao setor, como aos 21 minutos, quando Leandro Donizete tabelou com Jô e tirou tinta da trave de Fábio ao chutar cruzado. Cinco minutos depois, porém, a bola entrou. A jogada começou com Ronaldinho centrando a pelota na área. Paulão não conseguiu afastar e a gorduchinha caiu nos pés de Tardelli, que não perdoou. 2 a 0.
Aos 33 minutos, as mamães alvinegras ganharam mais um presente. Ronaldinho, sempre ele, avançou pela direita e cruzou a bola no miolo da defesa estrelada. Jô ganhou pelo alto e acertou a trave. O poste, porém, fez da finalização um passe para Marcos Rocha. Sem pensar, o lateral chutou rumo ao gol de Fábio e foi para a galera. 3 a 0.
A vitória fez justiça ao maior ímpeto do Atlético, que encarou de frente um forte adversário sem deixar de lado seu futebol envolvente que vem mostrando até o momento. Ao mesmo tempo, se esperava mais do Cruzeiro, que não levou a criatividade para superar a marcação adversária ao Gigante do Horto. E essa era uma de suas principais características nesta temporada. E fez falta.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO 3 X 0 CRUZEIRO
ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver e Richarlyson; Pierre (Josué), Leandro Donizete (Rosinei), Bernard (Luan), Ronaldinho Gaúcho e Diego Tardelli; Jô. Técnico: Cuca
CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Léo, Bruno Rodrigo e Everton (Egídio); Leandro Guerreiro, Nilton, Éverton Ribeiro (Ricardo Goulart) e Diego Souza; Dagoberto (Paulão) e Borges. Técnico: Marcelo Oliveira
Gols: Jô (aos 14' do 1º tempo); Tardelli (aos 26') e Marcos Rocha (aos 33' do 2º tempo)
Motivo: Jogo de ida da final do Campeonato Mineiro
Data: 12 de maio de 2013
Estádio: Independência
Local: Belo Horizonte
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (FIFA-SP), que saiu machucado para a entrada de Pablo Santos (FIFA-ES)
Auxiliares : Alessandro A. Rocha Matos (FIFA-BA) e Fábio Pereira (FIFA-TO)
Público: 19.442 pagantes
Renda: R$ 704.210,00
Cartões amarelos: Gilberto Silva, Pierre e Réver (Atlético); Éverton Ribeiro, Everton, Diego Souza e Dagoberto (Cruzeiro) Cartão vermelho: Bruno Rodrigo (Cruzeiro)