(Flávio Tavares)
Atlético e Cruzeiro iniciam a fase de grupos da Copa Libertadores na próxima semana brigando contra escritas que a edição de 2019 da principal competição de clubes da América coloca a ambos no caminho para a conquista do título.
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Com o empate sem gols com o Defensor Sporting, do Uruguai, na última quarta-feira (27), no Independência, o Atlético assegurou presença no Grupo E da Libertadores. Assim, evitou o maior vexame brasileiro na fase preliminar da competição, pois nunca dois clubes do país tinham caído nessa etapa. E o São Paulo foi eliminado ainda na segunda fase, pelo Talleres, da Argentina.
Mas agora uma tarefa ainda mais complicada aguarda os comandados do técnico Levir Culpi, sendo que a sua realização é o sonho da torcida atleticana.
Retrospecto
Desde 2005, o futebol brasileiro passou a disputar uma ou duas vagas na fase de grupos da Copa Libertadores participando de uma etapa preliminar da competição, algo copiado da fórmula de disputa da Liga dos Campeões.
Num total de 24 disputas, por 21 vezes o futebol brasileiro teve sucesso, sendo o último deles o do Atlético diante do Defensor Sporting.
Mas os representantes brasileiros na Copa Libertadores que passaram pela fase preliminar nunca conseguiram chegar à decisão do título.
O máximo alcançado por dois deles foi a semifinal, com o Santos, em 2007, e o São Paulo, em 2016, sendo que essa vaga foi conquistada inclusive em cima do Atlético, nas quartas.
Até agora, em mais de 50% das vezes, o time brasileiro que chegou à fase de grupos caiu nas oitavas de final. Isso aconteceu 11 vezes. As quartas foram o máximo alcançado em três oportunidades.
Por quatro vezes, o clube brasileiro que passou pela etapa preliminar da Libertadores caiu na fase de grupos, sendo isso quase uma marca carioca, pois aconteceu com Flamengo (2012), Botafogo (2014) e Vasco (2018). O outro eliminado foi o Athlético-PR, em 2014.
Vencidos os seus dois primeiros desafios, que eram a segunda e terceira fases da etapa preliminar, o Atlético entra realmente na Libertadores e com uma escrita para derrubar.
Fixação
Tricampeão brasileiro e tricampeão da Copa do Brasil, sendo que as duas primeiras taças de cada competição foram conquistadas no inesquecível 2003, ano da Tríplice Coroa. Em nível nacional, o cruzeirense tem motivos de sobra para comemorar no século 21.
Mas quando se fala de competições internacional, a história é bem diferente, principalmente na Copa Libertadores, que a partir de 2001 tem para o Cruzeiro a marca da decepção.
É contra isso que os comandados de Mano Menezes começam a brigar na próxima quinta-feira (7), quando o time estreia no Grupo B, encarando o Huracán, da Argentina, às 19h, no Estádio El Palacio, em Buenos Aires.
Frequência
Entre os clubes brasileiros, o Cruzeiro só participou menos da Copa Libertadores neste século que São Paulo e Grêmio, que disputaram 11 das 19 edições a partir de 2001, contando a atual.
A Raposa inicia na próxima quinta-feira, na Argentina, sua décima participação. E sem que o título seja conquistado.
O Cruzeiro esteve muito próximo da taça em 2009, quando decidiu o título com o Estudiantes, da Argentina, e empatou a partida de ida, em La Plata, por 0 a 0, jogando a volta, no Mineirão, por uma vitória por qualquer placar.
Mas foi derrotado por 2 a 1, de virada, e viveu a maior decepção da sua história dentro do Gigante da Pampulha, maior até mesmo que a perda do título mundial para o Bayern de Munique, em 1976.
Em 2001, sob o comando de Luiz Felipe Scolari e com um time recheado de estrelas, o Cruzeiro deu grande expectativa ao seu torcedor. Mas caiu nas quartas de final, nos pênaltis, diante de um Palmeiras bem inferior tecnicamente.
Aliás, tirando o vice-campeonato de 2009, o máximo que o Cruzeiro alcançou na Libertadores neste século foram as quartas de final.
Um desempenho bem diferente do experimentado no século passado, quando participou de sete edições, conquistou duas (1976 e 1997) e ainda foi vice em outra (1977).