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O primeiro turno do Campeonato Brasileiro não terminou da forma ideal para Atlético e Cruzeiro. Com preocupações diferentes, os rivais mineiros se preparam para disputar os 19 jogos restantes buscando evolução. Com três décadas de experiência em Brasileiros, os sexagenários técnicos Levir Culpi e Vanderlei Luxemburgo trabalharão para alcançar um segundo turno mais positivo que a etapa já superada.
O Galo terminou o primeiro turno com 36 pontos. Se repetir a campanha na segunda metade, chegará a uma pontuação a qual, segundo o Departamento de Matemática da UFMG, lhe renderia 92% de chances de título. Entretanto, desde que o Brasileirão por pontos corridos passou a ser disputado com 20 clubes (em 2006), só em três das nove edições a primeira posição foi garantida com menos de 72 pontos.
O Galo perdeu a chance de ser o campeão simbólico do primeiro turno. No entanto, vacinado em 2012, quando o time fez a melhor campanha da metade inicial e perdeu o troféu para o Fluminense no fim do ano, o volante Leandro Donizete não baixa a guarda.
“Acabamos 2012 disparados na frente e não vencemos. Então, prefiro acabar o primeiro turno em terceiro ou quarto e terminar o ano como campeão”, disse.
No lado azul do estado, o sinal de alerta está piscando como nunca em um Campeonato Brasileiro. Depois do bicampeonato, a Raposa igualou uma marca negativa: terminou o turno com 22 pontos, mesmo rendimento obtido em 2009. A péssima campanha agora representa o risco de brigar para não entrar na zona de rebaixamento. O número mágico para não cair é 46 pontos (menos de 2% de chance).
Por conta disso, não passa na cabeça de nenhum torcedor cruzeirense ver o time repetir o mesmo desempenho das 19ª rodadas iniciais. Desde 2006, a “nota de corte” para o Z-4 foi igual ou superior aos 44 pontos em quatro ocasiões. Se conseguir apenas dobrar a atual pontuação, o time estrelado terá 15% de chances de viver o pior momento da história.
“Temos uma comparação recente muito ruim para essa equipe. Querem que seja a mesma do bicampeonato. A torcida tem de entender que estamos no caminho e que vamos sofrer muito”, avaliou Vanderlei Luxemburgo.
Mas o pensamento na Toca da Raposa II é somente de reação. Em 2009, por exemplo, o segundo turno foi quase perfeito para a China Azul. A Raposa, sem se preocupar com a Libertadores, fez 40 pontos nas 19 partidas e terminou o Brasileirão daquele ano em quarto lugar, cinco pontos atrás do campeão Flamengo.
“Vamos em busca do melhor equilíbrio. Uma dinâmica de jogo, um ritmo mais forte”, declarou o volante Henrique.
Mandos e tabelas
Torcendo para que o Corinthians tropece, o Atlético terá a desvantagem de disputar um segundo turno com nove jogos em casa, contra dez partidas do Timão em Itaquera. Além disso, o Galo pegará os concorrentes Grêmio, São Paulo e Fluminense como visitante. O lado positivo é que o duelo contra o Corinthians será em casa.
O Cruzeiro será o próximo adversário do líder, na 20ª rodada, em São Paulo. Depois, enfrenta o Santos (em casa) e a Ponte Preta (fora). A Raposa fará mais dez partidas como mandante.
Foco dividido
O returno do Brasileirão será acompanhado pela disputa da Copa do Brasil. Na quarta-feira, Galo e Raposa “virarão a chavinha” para o mata-mata. O Atlético recebe o Figueirense às 19h30 no Independência. Já o Cruzeiro mede forças com o Palmeiras, no Allianz Parque, a partir das 22h.