Martín Palermo sente falta da adrenalina de marcar um gol. Mas o eterno ídolo do Boca Juniors alivia a saudade por meio de seu pupilo no Brasil. Ver Lucas Pratto em ótima fase no Atlético enche o “padrinho” de orgulho na Argentina.
Nesta quarta-feira (26) à noite, o ex-jogador terá mais uma chance de ver o afilhado em campo. Diante do Figueirense, Lucas Pratto é a principal arma ofensiva para o Galo tentar a classificação na Copa do Brasil, após um empate em 1 a 1 no jogo de ida.
Palermo, o Titã, foi o responsável por dar o empurrão para que o Urso se profissionalizasse em 2004 no time “azul y oro”.
“Estou seguindo o momento dele no Atlético. As coisas estão saindo realmente bem. Ele já mostrou ter maturidade como jogador e como pessoa. Muitos veículos de imprensa falam bem dele. Tomara que siga por este caminho”, afirmou Palermo em entrevista exclusiva ao Hoje em Dia, concedida por email. O ex-avante de 41 anos fez questão de exaltar as qualidades de Pratto. “Ele é um jogador muito potente, com personalidade, se doa para a equipe e tem um bom jogo aéreo.”
Os dois hermanos são conterrâneos de La Plata. Martín conheceu Lucas e se viu através de um espelho. O irmão Gabriel Palermo, que era professor de educação física, foi quem apresentou os dois quando o atleta de 27 anos era apenas um juvenil do Defensores de Cambaceres, em Enseada, a poucos quilômetros da cidade natal.
Os atacantes têm praticamente a mesma altura e, exceção feita à perna boa de ambos, já que Palermo é canhoto e Pratto, destro, eles apresentam características de jogo similares.
Palermo é o maior artilheiro da história do Boca (236 gols), já Lucas é o máximo goleador argentino do Galo (19).
“Me alegro muito pelo momento que ele está passando, pois sei que custou muito a Lucas chegar até aqui. Ele lutou desde o primeiro dia que chegou ao Boca e nunca se deu por vencido para alcançar sucesso na carreira, com sacrifício, responsabilidade, esforço e dedicação”, afirma o ex-camisa 9 e, atualmente, treinador desempregado na Argentina.
Seleção
Martín Palermo foi o atacante mais popular da Argentina durante a passagem do milênio e, portanto, ganhou chances na Seleção Argentina, mesmo diante da forte concorrência. Foram 15 jogos e 9 gols.
Já Lucas Pratto admite que não tem a pretensão de ser chamado por Gerardo Martino para defender a albiceleste. Porém, o próprio Palermo discorda:
“A Seleção tem muitos atacantes de grande nível e isso fez com que as oportunidades não aparecessem para Lucas. Mas acredito que demonstrou uma capacidade para brigar pela convocação. Desejo que, com o tempo, ele seja chamado.”