Atlético massacra o Flamengo e volta ao G-4 do Brasileirão

Parecia brincadeira de criança: dois vira, quatro acaba. Com extrema facilidade, o Atlético goleou o Flamengo por 4 a 0, na noite desta quarta-feira (19), no Independência, em duelo válido pela 35ª rodada do Brasileirão. Ao contrário do confronto entre os clubes disputado há 14 dias, o embate desta noite teve como panorama um amplo domínio alvinegro. No final das contas, os tentos assinalados por Luan (duas vezes), Tardelli (de pênalti) e Dodô pareceram poucos frente ao amplo domínio.   Com a goleada, o Galo chegou aos 61 pontos na tabela, ocupando agora a quarta colocação. O clube só deixará o G-4 ao final da rodada caso o Grêmio vença o Cruzeiro nesta quinta-feira, em sua arena.   A próxima rodada poderá ser decisiva para os rumos do clube na temporada. No sábado (22), o Galo terá um duelo direto pelo G-4 contra o Internacional. A partida será disputada no Beira-Rio e terá pontapé inicial às 19h30. No dia seguinte, a partir da 17 horas (horário de Brasília), o Flamengo encara o Criciúma, no Castelão, em São Luís (MA).   DOMÍNIO AMPLO   Há duas semanas, o Atlético escrevia mais uma página épica em sua história ao reverter uma desvantagem de dois gols e se classificar à final da Copa do Brasil após bater o Flamengo por 4 a 1. Aquele jogo ficou marcado pela dramaticidade, uma vez que o time rubro-negro abriu o marcador já no final do primeiro tempo e o Galo, na raça, conseguiu reverter a desvantagem.   Os clubes voltaram a se encontrar nesta quarta-feira (19). Porém, o panorama foi completamente distinto de 14 dias atrás. O domínio, como outrora, foi alvinegro. Porém, nesta noite, em nenhum momento o torcedor precisou torturar suas unhas para extravasar a tensão.   Durante a primeira etapa, só teve uma equipe em campo. O Atlético soube fazer valer sua superioridade técnica e comandou as ações ao longo do período, com movimentação intensa entre os jogadores, que resultavam em descidas fulminantes. Na defensiva, as linhas adiantadas não deixavam o Flamengo explorar sua (talvez única) virtude: as bolas em velocidade com Gabriel e Everton.   Não à toa, o time rubro-negro não conseguiu finalizar à meta atleticana. Paulo Victor, por sua vez, foi bombardeado. O arqueiro carioca foi o grande personagem da primeira etapa ao realizar verdadeiros milagres, como aos 18 minutos, quando se esticou para defender um tiro à queima-roupa de Carlos.   Porém, nem sempre ele conseguia operar seus milagres. Como aos 24 minutos, quando um escanteio cobrado pela esquerda não foi interceptado, fazendo com que a bola sobrasse limpa para Luan. Bem posicionado, o talismã alvinegro não perdoou e balançou o barbante. 1 a 0.   Se a etapa inicial terminasse com um magro 1 a 0, seria uma baita injustiça com o futebol apresentado pelo Atlético. Felizmente, para o torcedor alvinegro, ainda havia tempo para mais. Aos 43, Douglas Santos foi derrubado na área por Léo Moura. Pênalti! Tardelli, que atuou graças a um efeito suspensivo, justificou a ação dos advogados do Galo e não perdoou, fazendo com que o placar apontasse 2 a 0 ao final do primeiro período.    DOIS VIRA, QUATRO ACABA   A volta do intervalo trouxe uma curiosa situação: normalmente, quando um clube está em desvantagem, o treinador tenta buscar algum coelho na cartola para reagir em campo. Porém, o domínio alvinegro era tamanho, que Luxemburgo tirou o meia-armador Lucas Mugni para que Amaral, um volante “cão de caça” ocupasse sua vaga. O recado era claro: era para perder de pouco.   Assim, o segundo tempo virou uma festa para a torcida alvinegra. Tão logo a bola rolou, já começou a ensaiar gritos de “olé”. Conforme o Atlético ia atacando, a expectativa para soltar o grito de gol da garganta ia aumentando. E ele saiu aos 17 minutos, quando Dátolo desceu em velocidade e cruzou rasteiro para o outro lado, achando Luan livre para aumentar a diferença: 3 a 0.   No lance, apesar da euforia pelo tento anotado, ficou a tensão pelo talismã alvinegro, que caiu de mau jeito e ficou estirado no chão. O departamento alvinegro tratou de tranquilizar a torcida, afirmando que se tratava apenas de uma pancada no ombro.   Para a alegria da torcida alvinegra, seu substituto não deixou a “peteca cair”. Aos 27, Dodô recebeu passe açucarado de Dátolo. Na cara do gol, o jovem artilheiro chutou forte para vencer Paulo Victor e ampliar o marcador. 4 a 0.   Assim como na primeira etapa, o Galo continuou mandando em campo, perdendo boas oportunidades, deixando a sensação de que o placar poderia ter sido ainda mais dilatado.    FICHA TÉCNICA ATLÉTICO 4 X 0 FLAMENGO   ATLÉTICO: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson, Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete, Dátolo (Eduardo), Luan (Dodô); Diego Tardelli e Carlos (Marion). TÉCNICO: Levir Culpi   FLAMENGO: Paulo Victor, Léo Moura, Marcelo, Wallace, Anderson Pico (João Paulo); Márcio Araújo (Luiz Antônio), Canteros, Mugni (Amaral), Everton; Gabriel e Nixon. TÉCNICO: Vanderlei Luxemburgo   Gols: Luan (aos 24') e Tardelli (pênalti) (aos 43' do 1º tempo); Luan (aos 17'), Dodô (aos 27' do 2º tempo)  Data: 19 de novembro de 2014 Motivo: Jogo válido pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro Estádio: Independência Local: Belo Horizonte Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (CBF/SP) Árbitros assistentes: Alessandro Rocha Matos (FIFA/BA) e Luiz Carlos Silva Teixeira (CBF/BA) Árbitros assistentes adicionais: Aurélio Santana Martins (CBF/SP) Marcos André Gomes da Penha (CBF/ES) Público: 10.123 pagantes Renda: R$ 322.375,00 Cartões amarelos: Luan e Marcos Rocha (Atlético)