(Bruno Cantini)
Wendell Lira citou a batalha entre Davi e Golias ao ganhar o Prêmio Puskas da Fifa pelo gol mais bonito do mundo em 2015. Em 56 segundos de discurso, o atacante resgatou, ainda que momentaneamente, o orgulho do futebol brasileiro, manchado pela corrupção e pela histórica goleada por 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014.
Mas o atleta do Vila Nova-GO não está sozinho nessa missão. Nesta quarta (13), às 21h30 (de Brasília), o Atlético tentará encurtar um pouco mais essa desvantagem em relação aos germânicos. Ao encarar o Schalke 04 na Florida Cup, o Galo terá a chance de ser a segunda equipe brasileira a vencer um adversário alemão depois do desastre do Mineirão.
Na última edição do torneio, quando Corinthians e Fluminense representaram o Brasil, houve quatro confrontos entre equipes dos dois países. O Bayer Leverkusen perdeu para o Timão, mas venceu o Tricolor. O Colônia, por sua vez, foi o campeão, com duas vitórias sobre os brasileiros. Assim sendo, o saldo tupiniquim está negativo: 3 a 1.
Se o Galo cumprir as expectativas da torcida alvinegra, tudo poderá terminar empatado ainda na madrugada desta quinta-feira. Afinal, pouco após a partida (a partir das 23h30), será a vez de o Internacional estrear na Florida Cup, contra o Leverkusen.
Reencontro
O duelo com o “Azul Real” de Gelsenkirchen é uma reedição do jogo vencido pelo Galo, por 3 a 1, num dos dez compromissos da excursão à Europa em 1950, quando os mineiros sagraram-se “campeões do gelo”.
Mais do que um confronto de escolas diferentes, a partida opõe dois clubes com distintas realidades financeiras. Apesar de não brigar nas cabeças na Alemanha – é hoje a quarta força do país –, o Schalke tem um orçamento bem superior ao do Atlético.
Enquanto o Galo receberá R$ 13,5 milhões anuais em patrocínio da Caixa Econômica Federal, o clube alemão ganha 20 milhões de euros (R$ 87 milhões) por ano da russa Gazprom, a maior empresa de gás natural do mundo. O contrato é de cinco anos.
Apesar da disparidade, os jogadores do Galo estão motivados. “No ano passado e no retrasado, a gente jogou contra times inferiores (na pré-temporada). Pegar o Schalke com uma semana e meia de treinos, acho que não poderia ser melhor para a gente. Nada melhor do que enfrentar um time dessa qualidade, que disputa Liga dos Campeões, para iniciar o ano bem. Todo mundo já está se sentindo melhor, 50% a 60% fisicamente”, avaliou o volante Rafael Carioca.
Revanche
O jogo marca ainda o reencontro do goleiro Victor com um adversário alemão após o “Mineiraço”. O camisa 1 assistiu à goleada de camarote, no banco de reservas da Seleção.
A partida da Copa a ser relembrada, porém, será a vitória por 4 a 1, na primeira fase, sobre Camarões. O capitão Höwedes, lateral da Alemanha no Mundial, se lesionou na estreia do Schalke, diante do Fort Laudardale, e está fora da Florida Cup. Já os camaroneses Matip e Choupo-Moting estão relacionados.
Além dos dois, o atacante holandês Huntelaar, artilheiro do Schalke, também enfrentou o Brasil na Copa do Mundo, na vitória da Laranja Mecânica por 3 a 0 na disputa do terceiro lugar.
FICHA TÉCNICA
Schalke 04
Fabian Giefer; Sascha Riether, Thilo Kehrer, Roman Neustädter e Sead Kolasinac; Johannes Geis, Goretzka, Sané, Meyer e Choupo-Moting; Franco Di Santo
Técnico: André Breitenreiter
Atlético:
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca; Giovanni Augusto, Luan e Dátolo (Thiago Ribeiro); Lucas Pratto
Técnico: Diego Aguirre
Horário: 21h30 (Horário de Brasília)
Local: Lockhart Stadium, em Fort Lauderdale
Arbitragem: Ted Unkel, auxiliado por Mark Cahen e Brian Poeschel (EUA)
Transmissão: SporTV