CEO do Atlético detalha divisões financeiras da SAF do Atlético (Reprodução / Youtube Galo TV)
Nesta quinta-feira (13), o CEO do Atlético, Bruno Muzzi, detalhou as divisões de cotas da SAF do Atlético, entre os investidores e a Associação. Dos R$ 913 milhões que serão aportados, R$ 400 milhões serão dos R´s, R$ 100 milhões de um fundo já existente e o restante é o que o clube está captando, que é o “fundo de investimentos dos atleticanos”.
“Nesses R$ 913 milhões, teríamos 78% da Galo Holding dos 4'rs e mais 11% dos outros veículos que estão dentro dessa estrutura”,disse Bruno Muzzi.
Alternativa a SAF, o Atlético teria a opção de buscar uma Recuperação Judicial. Segundo o CEO, como a dívida do clube é avalizada e complexa, por ter vários credores, era um risco para a instituição, buscar esse formato. Isso porque, caso alguns credores se recusassem a aceitar o processo, o Atlético iria à falência. Sendo assim, a SAF é vista como a única solução.
Para colocar em prática esse projeto da SAF é preciso a aprovação dos conselheiros do clube. De acordo com Bruno, não foi pensado em outra hipótese para sanar as dívidas do clube e mudar os rumos do Galo. Ele ressaltou que, como aporte inicial que será à vista (R$ 600 milhões), terá condições de se reunir com os credores para negociar as condições de pagamento.
“Temos planejamento de pagar 30%, 40% nos bancos, que é o mais pesado. Vamos chamar agentes e clubes para negociar. Não tenho cheque de R$ 1,5 bilhão, tenho de R$ 600 milhões para abater a dívida”, ressaltou o CEO.
Bruno Muzzi revelou ter conseguido descontos de 40% a 50% em negociações no ano passado, contando com o dinheiro da venda do shopping Diamond Mall, porém, como se arrastou o processo, não teve como pagar o que tinha acordado e, dessa forma, não fechou as operações.
Para controlar a saúde financeira da SAF, Bruno revelou que será criado um conselho de administração, formado por sete pessoas. Sendo duas indicadas pelo conselho deliberativo do clube, e cinco indicadas pela Galo Holding.
“Esse conselho fará a escolha da diretoria da SAF. A estrutura que estamos debatendo é se teremos um CEO, que o conselho administrativo apontará, ou se teremos um executivo do futebol junto com um diretor de futebol”, disse Muzzi.
Com a SAF equilibrando as contas, o planejamento do clube é que, para os três próximos anos, a SAF consiga manter uma folha salarial para o futebol na casa de R$ 200 milhões, deixando o clube competitivo no futebol brasileiro.
“A SAF vai proporcionar times competitivos, com investimento. Mas, se a gente extrapolou na primeira janela, a gente não vai fazer na segunda janela, só se abrirmos espaço orçamentário. Vamos ter que ter pé no chão”, detalhou Muzzi que ainda disse que a gestão SAF não é possível repetir o passado, quando os presidentes deixavam contas abertas para as próximas gestões.
Leia mais