Casa vazia para assistir à reação do Galo no Campeonato Nacional

Meia hora antes de a bola rolar no Independência, ontem, para o clássico entre Atlético e Cruzeiro, um torcedor mais desavisado que passeasse pelo Horto poderia pensar que o adversário do Galo seria um time do interior, ou de menor expressão do futebol nacional. O tradicional corre-corre da Massa, seja para comprar fichas nos bares dos arredores do estádio ou em busca de ingressos, desta vez quase se transformou em marasmo.

Para se ter uma ideia da diferença na movimentação de torcedores atleticanos no clássico de ontem - a diretoria do Cruzeiro abriu mão dos 10% da carga de ingressos a que tinha direito – basta dizer que, nos demais seis confrontos dos dois maiores rivais do Estado no Horto desde a sua reforma, em abril de 2012, o público reunido foi de 114.516 pagantes, média de 19.086 por partida, bem acima dos 9.048 espectadores que ontem pagaram por um ingresso.

“Hoje (ontem), o Galo vai ter dificuldade até mesmo para encontrar garotos para entrar em campo com os jogadores”, brincou o torcedor Sérgio França, que viveu um dia diferente.

Atleticano, ele é responsável por montar caravanas de torcedores de Sete Lagoas, região Central do Estado, para todos os jogos do alvinegro em Belo Horizonte. Como poucos estavam dispostos a comparecer ao Gigante do Horto, França optou por pegar o carro e, acompanhado de dois amigos, apenas assistir ao clássico.

“O pessoal não animou de sair de Sete Lagoas. Acho até que o Dia das Mães contribuiu para afastar o público. Mas o problema maior foi a eliminação da Libertadores. Outro problema é o preço do ingresso, que anda meio salgado. Acho que está na hora de o clube rever os preços”, critica.

Independentemente do público reduzido para um clássico, a torcida do Atlético fez muita festa, incentivando a equipe mesmo nos momentos difíceis, como o gol cruzeirense. No final, enquanto Marcelo Moreno era expulso, Otamendi retribuía ao carinho do público, que pediu para o zagueiro permanecer no Galo.