Com apoio do clube, diretores premiados produzem filme sobre Galo e sua torcida

Paulo Henrique Silva - Hoje em Dia
30/04/2015 às 07:28.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:50
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

“Por que a gente é assim?”. O título ainda é provisório, mas já esboça as intenções de Helvécio Marins Jr. e Sérgio Borges. Dois dos mais importantes e premiados diretores de cinema de Minas Gerais na atualidade, eles trabalham na realização de um documentário, atualmente em fase de montagem, sobre a história do Atlético. A produção tem o apoio do clube.

No início do projeto, lembra Helvécio, seria apenas um longa-metragem sobre o time do coração, contando a história do alvinegro desde a fundação até a conquista da Copa do Brasil diante do rival Cruzeiro, no ano passado. “Mas, com uma semana de filmagem, percebemos que era bem maior do que isso: é um filme sobre a vida”, explica Helvécio.

“O futebol é cheio de altos e baixos, assim como a vida. Ganhamos, perdemos, acontecem coisas boas e ruins. Nós, atleticanos, sabemos bem o que é isso, nunca desistindo de lutar, até mesmo estando na Segundona”, acrescenta o cineasta, referindo-se a um dos piores momentos da história do Galo, quando o time disputou a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2006.

Torcedor comum

Para reforçar essa relação com a vida, o documentário recorre a história de torcedores comuns, que surgem em número equivalente aos personagens famosos, como ex-jogadores, dirigentes e comentaristas. “É um time que abriu braços para o povo, aceitando negros e mulheres, carregando uma bonita trajetória de resistência”, conta.

Em busca desse sentimento do “ser atleticano” é que a dupla resolveu mudar de estilo, dando uma pausa nos trabalhos mais autorais para fazer “um filme para a Massa”, como diz Helvécio. Queria resgatar as resenhas que ele e Sérgio tinham nas produtora Teia, em Belo Horizonte, que quebravam completamente com os pensamentos mais “cabeçudos” dos colegas.

É ainda uma tentativa de resgatar a experiência como atleticano que ia ao estádio Mineirão toda quarta-feira e domingo, ocupando a geral ou a arquibancada inferior para economizar dinheiro e comprar sanduíche de pernil. “E, também, tomar cachaça e fumar cigarro ao lado dos meus amigos. Quando o Galo marcava um gol, todo mundo se abraçava, conhecidos ou desconhecidos”.

É por isso que, no Mineirão, na grande final da Copa do Brasil, Helvécio se permitiu não ser o diretor naquele dia. “Era o Helvécio torcedor. Se o câmera me perguntasse alguma coisa, eu não saberia responder. O que mais me importava era ganhar o título”, revela o realizador atleticano, que deverá lançar o filme no segundo semestre.

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