Com tatuagem de frase de Garrincha, Luan busca inspiração para ser carrasco do Flamengo

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
19/11/2014 às 07:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:04
 (André Brant / Hoje em Dia)

(André Brant / Hoje em Dia)

Cabelo enrolado e volumoso, estatura baixa e olhos vidrados na bola. O meia-atacante Luan é facilmente rotulado como um sósia de Maradona. Mas o xodó do Atlético tem outro gênio como espelho. Um craque do passado que assombrou o Flamengo nas décadas de 50 e 60. Nesta quarta-feira (19), às 22h, no estádio Independência, será dia de rever o Urubu com a mesma “alma de passarinho” de Garrincha.
O Mané, ou Anjo das Pernas Tortas, como ficou eternizado, cunhou uma frase que virou lema de vida e está marcada na pele do “maluquinho” do Galo. “O que eu queria eu fiz e faço até hoje, que é brincar de bola. Graças a Deus”. As palavras atribuídas a Garrincha estão entre as muitas tatuagens pelo corpo de Luan. Com o lado externo do braço esquerdo em destaque, ele posou para o Hoje em Dia e explicou a ligação com o bicampeão mundial pelo Brasil nas Copas de 1958 e 1962.
“Eu ganhei a biografia do Garrincha há um tempo e li essa frase. Me identifiquei na hora. É um jogador que inspira bastante. Confesso que não conheço a história dele a fundo, mas já vi vídeos e era um craque, driblava de uma forma inacreditável”, explicou o camisa 27. O meia-atacante atleticano “descobriu” Garrincha quando defendia o Atlético Sorocaba, seu primeiro clube como profissional.   IRREVERÊNCIA
Garrincha realmente brincava. Fazia de seus marcadores (na época, os laterais-esquerdos) verdadeiras marionetes. A lenda conta que ele os chamava de “João”, como quem não se importasse em saber a qualidade do adversário.
Para Luan, o respeito existe. Mas, defender a camisa preto e branca nos torneios nacionais se resume à mesma diversão do garoto que batia bola nos campinhos de São Miguel dos Campos (AL), cidade a 57 km da capital Maceió.
Por falar na terra natal do meia, mais uma coincidência com Garrincha. O ex-ponta direita nasceu em Pau Grande (RJ), mas tinha sangue indígena, descendente dos Fulniôs, tribo que se estabeleceu em Alagoas no fim do século XIV.   VÍTIMA SABOROSA
Luan virou carrasco do Rubro-Negro carioca após uma noite iluminada no Mineirão. Na classificação do Atlético para a final da Copa do Brasil, ele foi o protagonista da goleada por 4 a 1. Fez a jogada do gol de Maicosuel e anotou o tento da salvação alvinegra.
Assim como ele, Garrincha também teve sua grande atuação no Botafogo diante do Fla, em ocasião decisiva. No caso do camisa 7, foi na final do Campeonato Carioca de 1962, no Maracanã, quando o Mané anotou dois gols nas redes flamenguistas e foi o símbolo da vitória por 3 a 0.   Contudo, o Flamengo une os dois jogadores de uma forma mais saborosa para os cariocas, pois foi o time da infância de ambos – Garrincha torcia vagamente para o Urubu, e Luan cresceu numa família cheia de “súditos” de Zico e companhia.   Levir revela diálogos por renovação de contrato   Quando dá entrevistas, o técnico Levir Culpi costuma ser questionado sobre o futuro no Atlético. Foi assim mais uma vez, nessa terça-feira (18), na Cidade do Galo. O treinador, porém, agora adota um discurso de permanência, algo incomum nas declarações anteriores.   Com a boa fase, o técnico revelou que já está conversando sobre a renovação de contrato com a diretoria do Galo. E a mudança de presidente no próximo ano não é um problema. Candidato único, Daniel Nepomuceno já revelou o desejo de manter o treinador.   Para Levir, no entanto, as conversas não podem atropelar os objetivos imediatos. Ou seja, não adianta pensar em um trabalho a longo prazo se o foco na final Copa do Brasil, por exemplo, for prejudicado.   “Já tenho conversado com os dirigentes sobre a possibilidade de sequência, mas não quero tirar o foco desse momento decisivo para nós. Há sim uma conversa nesses termos”, afirmou, em entrevista ao canal SporTV.   Levir ressaltou ainda que, mesmo com as dificuldades organizacionais do futebol brasileiro, está “com a alma feliz” trabalhando novamente no país. “O fato é que me sinto muito bem aqui, me sinto respeitado por todos, me sinto à vontade de vir aqui”, completou.

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