(Andre Brant)
O semblante era de tranquilidade. Afinal, ele tem mais de 30 anos de carreira e um currículo vitorioso, com um Mundial de Clubes, duas Libertadores e um Campeonato Brasileiro. Apesar da vasta experiência, Paulo Autuori sabe que encontrará no Atlético a desconfiança vinda das arquibancadas pelos insucessos recentes dele no Vasco e São Paulo. Mas nada que abale o treinador de 57 anos.
Com seu autêntico vozeirão e o tradicional bom papo, Autuori foi sucinto. “Com a idade que eu tenho e meu tempo de futebol, não respondo com palavras as ações negativas da torcida, mas sim com trabalho. A partir do dia 20, eles (torcedores) vão ver”, disse, ao ser apresentado, ontem, como novo técnico do Atlético.
No alvinegro, após vários anos, Autuori será o primeiro treinador que chegará ao clube sem a missão de “apagar incêndio”. Ao contrário de seu antecessor, Cuca, e de tantos outros que passaram pela Cidade do Galo, ele encontrará um grupo pronto, campeão da Libertadores em 2013.
O segredo, na avaliação do treinador, é manter o bom trabalho. “Vou dar continuidade ao que o Cuca fez. Lógico que cada um tem suas características. A parte tática eu não vou mudar absolutamente nada. O time vai continuar o mesmo. Vou trabalhar para o clube e não para mim”, avisa.
Coincidências ou não, Autuori poderá desenvolver no Atlético um roteiro semelhante ao do São Paulo, quando ele conquistou a Libertadores e o Mundial, em 2005. Um trabalho também iniciado por Cuca e entregue a Emerson Leão antes de sua chegada. “Não entro nessas coincidências”, disse.