Corte Arbitral do Esporte julgará Marítimo e Galo pode ganhar R$ 7,7 milhões

Os jogadores do Atlético estão de folga por conta da parada do Campeonato Brasileiro, mas a diretoria alvinegra não tem descanso. Alexandre Kalil encaminhou-se para a Suíça e brigará na Corte Arbitral do Esporte (CAS) para que o Galo receba indenização de R$ 7,7 milhões do Marítimo, de Portugal.

"O nosso presidente foi até a Suíça para representar o clube na Corte Arbitral. Neste sábado, haverá o colhimento dos depoimentos das testemunhas do caso. Tudo indica que a resposta do CAS virá no dia 6 de junho, sendo que demora algumas semanas até sair o resultado final", disse o diretor jurídico do Atlético, Lázado Cândido da Cunha.

Para entender esta história, é preciso voltar em 2009, primeiro ano de mandato de Kalil como presidente do Atlético. O jovem atacante Kléber, que não conseguiu espaço na equipe profissional, foi emprestado ao Marítimo, clube que tinha uma espécie de parceria com o alvinegro. Mas a relação melou quando o Porto apareceu interessado no atleta.

Em 2011, o gigante português fechou com o Atlético a compra de 50% dos direitos econômicos de Kléber por R$ 5,4 milhões. O Galo prontamente aceitou e comunicou o Marítimo que Kléber havia recebido a proposta. Baseando-se integralmente no contrato do jogador, o Alvinegro avisou os portugueses de Funchal que eles teriam duas saídas: liberar o atleta imediatamente ou igualar a proposta dos portistas, conforme previsto no vínculo de empréstimo entre as partes.

O Marítimo não queria perder uma jovem estrela para um clube no qual tinha uma rixa de bastidores. Mas não tinha capacidade de oferecer os 5,4 milhões. Então, ofertou uma proposta de compra definitiva de forma parcelada e argumentou que igualaria a proposta do Porto. Mas o Atlético não aceitou e Kléber foi negociado. "Os portugueses raciocionam diferente, com todo respeito. Eles fizeram uma proposta parcelada e que, no final, continuava a ser menor que a do Porto. Isso não é igualdade. Eles tem rivalidade lá, mas o Atlético não tem nada a ver com isso", completou Lázaro.

Contudo, o Marítimo fechou a cara e não liberou o jogador, pois exigiu uma compensação financeira de R$ 1 milhão para que o contrato de empréstimo fosse quebrado. O Galo teve de ir até a Fifa para que Kléber pudesse assinar com o Porto. O órgão máximo do futebol condenou o clube português a pagar 2,53 milhões de euros para o Alvinegro.

O Marítimo, mostrando jogo duro, não pagou nenhum centavo e foi até a Corte Arbitral para resolver o caso. Tudo indica que o Galo irá receber o dinheiro e o colhimento de testemunhas acontece neste sábado (6). A resolução da batalha judicial deve sair no final do mês. Se o Marítimo perder a causa, terá que acertar a dívida financeira com o Atlético dentro de 30 dias.