Dia da virada: Galo joga por uma nova história

Alexandre Simões e Gláucio Castro - Hoje em Dia
24/07/2013 às 09:50.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:20

A partida desta quarta-feira (24) não é a mais importante da história do Atlético. A final da Copa Libertadores, a partir das 21h50, contra o Olimpia, do Paraguai, no Mineirão, pode é mudar o curso da história centenária do clube. Cantado pela torcida como “o time da virada”, o Galo viveu grandes dramas no Gigante da Pampulha justamente por não conseguir reverter a vantagem dos adversários em momentos decisivos.
  Com a marca do “Eu Acredito” e uma trajetória nas duas últimas fases carregada de drama, mas encerrada em comemoração, o torcedor atleticano vai lotar o estádio hoje com o objetivo de empurrar Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli, Victor, Réver e companhia para o posto mais alto da galeria de heróis alvinegros.

Mas não é só a força da Massa que enche de esperança a gente atleticana. O impressionante retrospecto do time de Cuca como mandante é mais um motivo para acreditar.   Sem perder em seus domínios desde o final de agosto de 2011, o Atlético carrega a maior invencibilidade em casa da história do futebol brasileiro. São 54 partidas sem derrota.   Mas, para colocar a taça da Libertadores na galeria da sede de Lourdes, é preciso superar a vantagem do adversário. O Galo tem de bater o Olimpia por, pelo menos, dois gols de diferença no tempo normal, pois perdeu a ida, semana passada, em Assunção, por 2 a 0. Na decisão, a competição não tem o gol fora de casa valorizado em dobro, no caso de empate no saldo de gols.   Se conseguir devolver a vantagem construída pelo Olimpia na capital paraguaia, o Atlético leva a final para a prorrogação. Se persistir a igualdade, a decisão será nos pênaltis.   Retrospecto   Mas, reverter os 2 a 0 remete a lembranças de tempos difíceis. O clube já sofreu muito em decisões no Gigante da Pampulha, principalmente no Campeonato Brasileiro. Em 1983, perdeu para o Santos, por 2 a 1, a ida, no Morumbi, e empatou a volta, no Mineirão, por 0 a 0, perdendo a chance de uma revanche com o Flamengo na final do Brasileiro.    Em 1985, foi derrotado por 1 a 0 pelo Coritiba, no Couto Pereira, e empatou sem gols, no Mineirão, a volta. Se vencesse, faria a final contra o Bangu, em jogo único, no Maracanã.    Na Copa União, em 1987, depois de perder o primeiro jogo da semifinal por 1 a 0, para o Flamengo, no Maracanã, o Galo só precisava ganhar a volta para ser finalista. Perdeu por 3 a 2. Em 1996, depois de levar 1 a 0 da Portuguesa, no Morumbi, ficou de fora de mais uma final de Brasileiro com o 2 a 2, na volta, no Mineirão.   Nas três grandes conquistas da história, o time sempre entrou em campo na partida decisiva em vantagem, situação bem diferente à da desta noite, quando precisa fazer pelo menos três gols de diferença para conquistar o título continental.   No Brasileiro de 1971, podia empatar com o Botafogo, no Maracanã, e venceu por 1 a 0.  Na Copa Conmebol de 1992, os atleticanos venceram a ida, por 2 a 0, e jogaram a volta, em Assunção, podendo perder por um gol de diferença, e levou 1 a 0. Em 1997, fez 4 a 1 no Lanús, na ida, na Argentina, e jogou a volta, no Mineirão, podendo perder até por dois gols de diferença. Levantou a taça com o 1 a 1.   Por tudo isso, levantar a taça hoje à noite, no Mineirão, tornará o Galo, de fato, no time da virada. Quanto ao time do amor, disso nunca se teve dúvida.

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