Dificuldade na criação de jogadas vira obstáculo no começo de trabalho de Dudamel no Atlético

Luciano Dias
@jornlucianodias
07/02/2020 às 17:49.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:34
 (Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético)

(Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético)

A dificuldade para criar jogadas ficou nítida nos cinco primeiros jogos do Atlético na temporada. O retrato da falta de criatividade para furar defesas fechadas ficou escancarado na derrota por 3 a 0 para o Unión Santa Fé, da Argentina, nessa quinta-feira (6), pela primeira fase da Copa Sul-Americana. 

Ainda analisando o jogo contra os argentinos, a inoperância na criação pode ser vista na estatística de jogadores que mais trocaram passes entre eles, de acordo com o Footstats: Gabriel e Fábio Santos, 26 vezes, e Gabriel e Réver, 23. Ou seja, muito passe para o lado, sem agressividade ofensiva. Footstats 

A falta de qualidade na armação pode ser explicada por diversas formas – desde a formação tática até os jogadores que foram escolhidos para atuar no setor ofensivo. 

Formação com três volantes

O técnico Rafael Dudamel tem optado neste começo de trabalho pelo 4-3-3. A formação com três volantes, teoricamente, passa uma segurança defensiva, mas tem prejudicado o time na construção das jogadas. 

Zé Welison é conhecido por ser um bom marcador, mas não tem a qualidade para fazer a saída de bola. O fato foi retratado na derrota para o Santa Fé com o excesso de erros de passes. 

A formação tem “matado” a principal característica do recém-chegado Allan, que se destacou no Fluminense pela excelente saída de bola. O jogador tem ficado “preso” no lado esquerdo do meio-campo atleticano. 

Com a ausência de um legítimo armador, Jair, um dos destaques da equipe na temporada passada, é obrigado a ser o principal construtor de jogadas do time.

HyoranBruno Cantini / Agência Galo / Atlético


Quem também não se encontrou nesta formação foi o meia Hyoran. O jogador, que tem buscado movimentação nas partidas, não tem características de ponta ou de um “camisa 10”. Talvez, Hyoran poderia funcionar melhor em um esquema tático 4-3-3, sendo ele um dos volantes, ou numa formação 4-4-2, sendo um dos armadores do time. 

Ataque inoperante

Dudamel está apostando em Franco Di Santo no comando de ataque neste começo de trabalho. Apesar da dificuldade na criação das jogadas, o argentino não tem ajudado quando tem a bola em seu domínio. Os erros técnicos vêm irritando a torcida atleticana. 

Cazares

O equatoriano, por enquanto, continua no Atlético. Depois do Galo rejeitar a proposta do Al-Ain, dos Emirados Árabes Unidos, o jogador deve ficar a disposição de Dudamel para as próximas partidas.  Mesmo marcado pela irregularidade, o camisa 10 é principal referência com características na armação no elenco atleticano. 

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