Um ofício que faz parte do processo de inscrição de jogadores no Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado em dezembro, no Marrocos, e que foi encaminhado na última segunda-feira pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) à Federação Mineira de Futebol (FMF), provocou um grande alvoroço ontem na Cidade do Galo.
Tudo por causa da interpretação equivocada de que o documento (veja abaixo), que fala de “possível impedimento” e de “medidas cabíveis”, tiraria o atacante Fernandinho da competição em que o Atlético vai brigar pelo título de campeão do mundo.
“A definição sobre as inscrições no Mundial só vai acontecer na segunda quinzena deste mês. O ofício encaminhado pela CBF à FMF faz parte desse processo, mas não é definitivo. Há outras informações que serão levadas em conta pela Fifa para que seja definida a inscrição dos 23 atletas que vão ao Marrocos”, afirma Lásaro Cândido da Cunha, diretor jurídico do Atlético.
Lásaro revela que o clube não tem nem do que recorrer, como chegou a ser colocado, pois ainda não há nada de oficial em relação à inscrição do Mundial.
Calendário
O problema com Fernandinho é mais um capítulo do calendário do futebol brasileiro. A Fifa entende que o Atlético só pode usar no Mundial jogadores que já estavam inscritos pelo clube até 20 de julho.
O problema é que o calendário sul-americano foi alterado pela disputa da Copa das Confederações, em junho. Com isso, o jogo de volta da final da Libertadores foi disputado apenas em 24 de julho, quatro dias após o fechamento da janela de transferências no Brasil.
O atacante rescindiu contrato com o Al-Jazira, do Qatar, antes do prazo e assinou com o Desportivo Brasil, clube do interior de São Paulo. Logo depois, ele foi repassado ao Galo por empréstimo de um ano, mas a sua regularização foi efetivada somente no dia 22, dois dias depois do prazo.
A situação de Fernandinho é a mesma do zagueiro Emerson e do meia argentino Dátolo, que também foram contratados pelo Galo após a conquista do título continental.
Segundo o assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, a entidade não pode se posicionar sobre o documento, pois foi apenas um canal de comunicação entre a Fifa e o Atlético.