“É um dos melhores jovens com quem eu já trabalhei”

Como foi o começo do Clayton no Figueira?

O Clayton foi um menino que a gente recebeu lá no Figueirense com 12 anos. E, na época, eu era o treinador do Sub-15. Então, como treinávamos juntos, o sub-15 e o sub-13, eu trabalhei com ele praticamente desde o pré-mirim até o infantil. Depois eu subi para o juvenil e ele pegou outro treinador.

O que você observou dele que era diferente dos demais?

Ele é um menino que, tecnicamente, é um dos melhores jogadores que já trabalhei. Em termos de passe, cabeceio, inteligência de jogo. Fundamentos que ele, mesmo no começo, já estava muito acima dos demais. No sub-15 eu já utilizava ele tendo dois anos a menos da categoria. Muito à frente dos outros. Uma coisa que me chamava a atenção é que, taticamente, era muito inteligente. Era um cara que discutia tática contigo, mesmo sendo novo, e com propriedade. Tem um conhecimento tático de conseguir ler o jogo e conversar com o treinador sobre isso. Leitura de jogo muito boa.

Você trabalhou com o Roberto Firmino. Acredita que o Clayton poderá superá-lo?

São jogadores com aspectos diferentes. O Firmino, na base, fazia coisinhas, moleque acima da média. Mas o Clayton, em termos de fundamento técnico, foi o jogador que eu vi, melhor que trabalhei. O Firmino era muito bom jogador. Em termos de perspectivas, o Atlético fez uma escolha muito boa e poderá colher frutos dele a curto prazo.

Se você fosse o Diego Aguirre, como utilizaria o Clayton?

Pela inteligência de jogo dele, ele pode jogar como um camisa 9, mas com mobilidade. Mas ele pode fazer o lado do campo também; às vezes, na base, ele já jogou até de camisa 10, vindo de trás, como um ponta de lança. Mas onde ele se deu melhor foi como 9, perto do gol adversário, porque dificilmente ele perde as chances de gol. Finaliza com as duas pernas, cabeceio muito bom. Consegue fazer o pivô bem e é muito rápido.

Fernando Gil trabalhou nas categorias de base do Figueirense e, atualmente, é auxiliar técnico de Raul Cabral no Avaí.