(Dudu Macedo / Foto Arena / Estadão Conteúdo)
Gol do Atlético. Assim, num piscar de olhos, começou o duelo entre Galo e Botafogo no Mineirão, na noite desta quarta-feira (30). Aos 12 segundos de partida, Juanito Cazares abriu o placar após passe de calcanhar de Fred. Começo avassalador, para entrar no livro dos recordes alvinegro. O gol mais rápido da história atleticana no Brasileirão, superando Guilherme Alves na final de 1999 (15 segundos), e o quarto no ranking geral.
O equatoriano dava o cartão de visitas para a equipe carioca. Foi o nome da vitória alvinegra, que terminaria em um 5 a 3 alucinante. Cazares vem sendo um destaque individual capaz de alavancar o Atlético até a sétima posição, a seis pontos do líder Palmeiras.
Apesar de ter começado o duelo como um furacão, o Atlético só foi causar estrago novamente nos segundos finais do primeiro tempo. Dos 12 segundos até os 46 minutos, a defesa alvinegra teve trabalho. O time estava improdutivo nas pontas e sofria com desfalques no meio de campo. Robinho e Clayton não conseguiam se desenvolver. Junior Urso e Eduardo bateram cabeça.
O Galo teve, novamente, ajuda da arbitragem, da sorte e do goleiro Victor, na melhor apresentação do ano, salvando bolas em alta velocidade. Primeiro, uma cabeçada de Bruno silva passou centímetros da trave. Depois, o atacante Ribamar recebeu livre, no meio da defesa mineira, mas foi assinalado um impedimento que não existiu.
Os lances de perigo da equipe carioca aumentaram o ímpeto dos visitantes. Deram espaço para o ataque do Atlético contragolpear. Cazares novamente, na ponta esquerda. Recebeu de Robinho, disparou com a bola dominada e serviu o camisa 7, que, desta vez, não errou a mira.
Logo depois do segundo gol, o árbitro encerrou a etapa inicial. Mas o Atlético repetiu a dose. Desta vez, o Fogão conseguiu resistir por três minutos. Cazares, sempre ele, ganhou na corrida pela direita e esperou o momento exato para Fred chegar. O camisa 99 se tornou o maior carrasco do Botafogo do Século XXI. Superando Romário, o artilheiro alcançou 15 gols em 23 jogos.
Uma vitória já confirmada. A torcida foi para a festa, com direito a "ola". Mas o Botafogo, mesmo um adversário já na lona, tentou se reerguer e conseguiu desferir golpes preocupantes. Carlos César cometeu pênalti ao encostar a mão na bola e Sassá diminuiu.
Mas o melhor ainda estava por vir para o Atlético. Com a guarda baixa, a equipe da estrela solitária deixou o ataque mineiro no mano a mano. E Cazares foi de novo às redes. Já havia ensaiado uma tabela com Junior Urso que parou na trave. Mas o corta-luz do volante deu ao camisa 11 a chance de um chute limpo. E que chute! Um tapa embaixo da bola, no ângulo de Sidão. O jogo poderia terminar nesta pintura, mas ainda faltavam três gols na conta.
O Botafogo passou a ter mais posse de bola, mas havia desesperança total na equipe. O Atlético, por sua vez, relaxou a combatitividade. Apenas o zagueiro Ronaldo, estreando, tinha sede de desarme. Numa dessas, Gervásio Núñez, outro sangue novo no jogo, chutou rasteiro sem defesa para Victor.
Mas como tudo no jogo, o Atlético foi instatâneo da resposta. Carlos aproveitou o buraco na zaga botafoguense e mostrou que é um jogador limitado, mas com grande estrela. Marcou o quinto do Galo. Mas não seria o que daria números finais ao jogo. Victor, mesmo em boa noite, sofreria o último, aos pés de .Bruno Silva. A goleada armada virou apenas uma vitória de dois gols de diferença. Três pontos que deixa o Galo brigando por G4, que prova que Cazares está voando e que a defesa do Atlético segue cometendo erros evitáveis.
Ficha Técnica
Atlético 5 x 3 Botafogo
Atlético: Victor; Carlos César, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Eduardo e Junior Urso; Clayton (Carlos), Cazares e Robinho (Dátolo) ; Fred. Técnico: Marcelo Oliveira.
Botafogo: Sidão, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson Silva e Diogo; Bruno Silva e Rodrigo Lindoso; Neilton (Rodrigo Pimpão), Camilo e Matheus Fernandes (Gervásio Núñez); Ribamar (Sassá). Técnico: Ricardo Gomes.
Gols: Juan Cazares, aos 12 segundos e Robinho, aos 46 minutos do primeiro tempo. Fred, aos 3 minutos; Sassá, aos 27 minutos; Cazares, aos 32 minutos; Gervásio Núñez, aos 44 minutos; Carlos, aos 44 minutos e Bruno Silva, aos 47 minutos do segundo tempo.
Arbitragem: Raphael Claus, auxiliado por Rogério Pablo Zanardos e Danilo Simon Manis. Trio de São Paulo
Cartões amarelos: Ninguém
Público: 36.129 pagantes
Renda: R$ 804.255,00