Gol salvador na semi leva Guilherme das vaias à redenção

Gláucio Castro - Hoje em Dia
12/07/2013 às 08:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:59

Fim de treino na Cidade do Galo. Unanimidade na escolha entre os jornalistas para a entrevista coletiva na tarde de quinta-feira (11) o atacante Guilherme segue tranquilamente para a sala de imprensa. A fisionomia era de alegria. Ele já perdeu a conta de quantas vezes saiu de campo vaiado e teve que responder a perguntas e cobranças sobre suas atuações e os R$ 14 milhões que o Atlético investiu para contratá-lo.

Dois anos depois de ser apresentado como presente de Natal na temporada de 2011, o jogador viveu um dia diferente. Por onde passou, recebeu o carinho da Massa alvinegra e, praticamente, todas as perguntas eram sobre o seu gol salvador, que colocou o Galo na final inédita da Copa Libertadores.

“Agora ele justificou o investimento. Só fazia algo em jogos medíocres. Quando a gente mais precisava dele, não correspondia. Só que marcou um dos gols mais importantes da história do Galo”, diz o estudante Luiz Fellipe Silva Gomes, de 20 anos, que tentou, em vão, conseguir uma foto e o autógrafo do atleta, quinta-feira (11), quando Guilherme saía atrasado de uma entrevista em um estúdio da capital mineira.

“Nós, torcedores, vamos ter muito mais paciência com ele agora. Vimos que pode render muito mais e nos ajudar”, completa Luiz Fellipe. “Ele agora provou que está curado”, brinca Cláudio Mendes, 44, referindo-se ao passado de Guilherme no Cruzeiro.

Alegria dividida

Apesar de ser tratado como herói pelos torcedores após o gol contra os argentinos, Guilherme prefere dividir a alegria com os companheiros. “Muitos foram os heróis, a começar pelas arquibancadas. Por tudo que passamos desde o primeiro jogo, tudo que os torcedores fizeram, a volta do Léo (Silva), que foi inacreditável, após uma contusão no ombro. Muitos foram os heróis. Eu só tive a missão de completar o heroísmo”, diz Guilherme.

O feito deu muito trabalho ao jogador. Ontem, além de várias entrevistas, autógrafos e pedidos de fotos, ele voltou a treinar de olho na vaga de Bernard, suspenso para o duelo de ida contra o Olímpia, quarta-feira, em Assunção, no Paraguai. “Eu nem consegui dormir direito, como deveria, por causa do clima do jogo”, diz.

Os torcedores garantem que o tratamento com Guilherme deve ser diferente daqui para frente. Mas, depois de “apanhar” bastante, ele prefere aguardar. “Se mudará minha vida, temos que esperar os próximos capítulos. Meu objetivo sempre foi dar o melhor para o Atlético. Mas não tenho que pedir nada à torcida, só tenho a agradecer. Este relacionamento já tinha melhorado bastante”, completa.

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